22 de setembro de 2006

Pequeno Dicionário do Schopenhaus – Parte 2

Lana Slutz - Essa gosta do negócio. Se usa calça ela pega. Se tá vivo ela pega. Até o Peixoto ela pegaria.
Homem Nu e Amnésico - Não se sabe de onde veio nem pra onde vai. Está há seis meses sentado ao balcão. Antenor não serve nada pra ele ("Ele não tem bolso, guarda o dinheiro onde? É o Papillon, por acaso?"), mas tampouco o rapaz pede. Apiedadas de sua situação, Stolichnikaya, Smirnoff e Baikal, as garçonetes bêbadas, russas e desinibidas do bar dão nele banho com toalhinhas embebidas em vodka e fazem sua barba todos os dias. Até hoje não tentou nada com nenhuma delas, mas Antenor mantém a garrucha sempre cheia de sal, por via das dúvidas.
Stolichnikaya, Smirnoff e Baikal - Garçonetes bêbadas, russas e extremamente desinibidas do Schopenhaus.
Epaminondas Carnegão - Dono do Schopenhaus. Sesquicentenário, o atlético senhor é um feroz praticante do Jiu Jitsu, com vários campeonatos internacionais no currículo. Dizem que pegou a Dona Gerda, na época da segunda grande guerra.

Pequeno Dicionário do Schopenhaus – Parte 1

A vida, quase sempre, tem um caráter anárquico. Como alguns leitores não entenderam esse detalhe, cabem aqui algumas explicações. O Schopenhaus não é uma novela do Manoel Carlos, não fica em Ipanema nem é um amontoado de estereótipos facilmente deglutíveis. São fotografias de arquétipos, vida real; é bastante anárquico, claro, porque a vida real é anárquica e, muitas vezes, baseada no mito da época. Alguns leitores conseguem entender porque Parsifal, na sua busca do Graal, salvou a Bela do Castelo e depois foi dormir juntinho a ela, coxa com coxa, sem nenhuma conotação sexual porque, simplesmente, a Bela era o arquétipo do feminino – sem viadagem – dele mesmo, que precisava ser salvo e protegido. Já outros leitores preferem achar que o tal cavaleiro era mesmo uma tremenda bichona, que só salvou a Bela do Castelo porque ela se vestia mal pacas. Assim é no Schopenhaus. Todas as personagens, por mais impossíveis, existem, são pessoas reais ou a mistura de várias personalidades. Como quando o artista tem que explicar sua arte pro público um dos dois é burro, vamos assumir a pecha de maus escritores e fazer um pequeno glossário pra explicar os personagens do Schopenhaus. Não está em ordem alfabética, nem de importância, nem de nada. Talvez a gente explique o porquê disso depois. ou não. Sei lá.

Antenor – Ex-militar reformado e inconformado, corno e solitário. Se encontrou no primeiro emprego civil de sua vida, já em avançada idade, como factótum do Schopenhaus;
Peixoto – Detetive de profissão. Namora Giselda, a Atuária, há pouco tempo, e não sabe o que é uma atuária. Mas sabe que ela adora animais;
Totonho Lemgruber – Psicólogo. Porrista incorrigível e viciado em baralho.
Dona Gerda – A centenária cozinheira do Schopenhaus é o ser mais mal-humorado que já existiu. Seu desejo maior é que o mundo acabe, e já. A véia ainda manda brasa e – segundo Nico, o Porteiro - muito bem.
Lena Slutz – homossexual convicta porém não invicta. A última vez que saiu com um homem foi com seu pai, da maternidade. Não gostou.

20 de setembro de 2006

Tepaintla!!!!!!

O silêncio volta ao Schopenhaus. Antenor está utilizando seus conhecimentos adquiridos no Terceiro Regimento de Cavalaria de Bangu para consertar um liquidificador com açúcar, fósforo e saliva - como sempre. Nico, o porteiro, está cochilando tranquilamente, seu quepe caído nos olhos, a cadeira inclinada apoiada na parede, como sempre. As garçonetes russas, bêbadas e desinibidas comem tranquilamente seu café da manhã - um farto mingau de vodka que elas chamam de Dieta Yeltsin: como sempre. Dona Gerda está discutindo com um entregador de frutas que a chamou de analfabeta funcional só porque ela quis roubar dele no troco (como sempre). Ou seja, tudo transcorre na quietude que abençoa um bar quando ele não existe: durante a manhã.

Mas eis que então, de um só pulo, ele se levanta do banco onde repousou suas nádegas nuas por tanto tempo, estica os braços, arregaça os olhos e encara alucinadamente Antenor - e então fala, pela primeira vez:

- Aspiurundub?

O mundo pula num soluço.

Mais um dia começa no Schopenhaus...

Stolichnaya, Baikal e Smirnoff entram porta adentro, fazendo trenzinho e entoando:


Nós, nós os carecas

Com as mulheres

Somos "maiorais"

Pois na hora do aperto

É dos carecas

Que elas gostam mais

(Nós, nós, nós)



Não precisa ter vergonha

Pode tirar o seu chapéu

Pra que cabelo?

Pra que Seu Queirós?

Se agora a coisa está pra nós!

(Nós, nós, nós)


Antenor: Eita! E eu que pensava que elas só falam estrangeiro?! Yavolt!

12 de setembro de 2006

O Brasil é o País do Futuro

Autor Contrangido: Pois é, maestro, temos que atualizar esse blog fdpta, nossa única leitora já reclamou no post passado...
Autor Desinibido e Cardíaco: Pois égua. De hoje não passa... putz! Lembrei que tenho exame marcado amanhã, tenho que ficar doze horas em jejum!
Autor Contrangido: E o que isso tem a ver com atualizar o blog?
Autor Desinibido e Cardíaco: Ãh... veja bem...

4 de setembro de 2006

Uma palavra sobre o nosso patrocinador preferido

Apresentador: Estamos aqui com o Antenor, o homem que bota o Schopenhaus pra funcionar! Senhor Antenor, do que o senhor se lembra ao entrar em um túnel?

Antenor: Eita! Lembro da vó Bilica dando banho em mim, na chácara…

Apresentador: O senhor foi criado pela avó, senhor Antenor? Hahahahaha! Vamos falar com essa outra freguesa aqui! Olá, como é o seu nome?

Lana Slutz (sorridente e piscando sem parar para a câmera): Lana Slutz, mas pode me chamar de Laninha... Você tá cheiroso, hein? Que comercial é esse que vocês tão gravando? De perfume?

Apresentador: Que nada! É um produto que é a sua cara! Responda esta pergunta: O que vem à sua memória quando você vê uma minhoca na terra?

Lana Slutz: Lembro do biscoito de Araruta que a minha vó fazia na chácara…

Apresentador: Nossa, esse biscoito da sua avó deve ser uma delícia... mas a resposta está errada! E você, menina, como é o seu nome?

Stolichnaya: Yavolt!

Apresentador: Me diga, senhorita Yavolt… o que você pensa quando tem que colocar uma chave na fechadura e a chave não entra?

Antenor: Ela é russa, moço, ela não entende nada do que você diz...

Apresentador: Ah, então deixa pra lá! Nosso último entrevistado de hoje, vem cá senhor, por favor! Diga seu nome aos nossos telespectadores!

Nico, o porteiro: Hã, eu, bom, meu nome é Nico...

Apresentador: Senhor Nico, do que o senhor se lembra quando vê um lápis entrar no orifício do apontador?

Nico, o porteiro: Ah, moço... isso me faiz lembrá de um tatu que escorreigava pra dentro de uns buraco que tinha lá na chacrinha da minha vó Terta... Tá certa minha resposta???

Apresentador: Se a sua resposta está certa? Deixa eu ver, depois eu te comunico... certo Nico? Hahahahahaha

Apresentador (olhando para a câmera): Bom, pelo visto só a vó de vocês sabem do que estou falando... então, vão todos tomar no cu... com o Besuntador Retilíneo Roskoff, o gel que penetra na alma das pessoas!

Silêncio.

Apresentador (constrangido, chega perto da câmera): Não curtiu a metáfora? (Agora em um arroubo de felicidade) Não tem problema! Meta fora, meta dentro, mas use o Besuntador Retilíneo Roskoff!

Então entra a saracoteante Sarajane, cantando seu hit universal: Vamos abrir a roda/Enlarguecer...