21 de dezembro de 2006

Os leitores deste blog acreditam em Papai Noel

Agora você já pode ler este blog tranquilo. Se você sentir vontades estranhas, como comer 8 eisbeins de uma vez ou sair pelado pelas ruas, saiba que o Schopenhaus fechou uma parceria exclusiva com as Grandes Lendas da Humanidade, Inc.

A parceria com esta grande empresa permite que os leitores deste blog possam realizar suas vontades estranhas sem que haja posteriores problemas. Leia como nossa parceria ajudou a salvar a vida de um de nossos leitores

Clique aqui para ler nosso testemunhal

Não perca mais tempo. Esqueça seu trabalho, a TV ou sua família: lugar bom para derreter o cérebro é lendo o blog do Schopenhaus!

La revolución hay que hacerla con anfetaminas

Era um dia calmo e ordinário na vida de Nico, o Porteiro, quando um barbudo, vestindo um uniforme verde cáqui, chegou na porta do Schopenhaus, mancando de uma perna.

Nico, o Porteiro: Ahhhhhhhhhhhhhnnnnnnn!
Homem barbudo e manco: Hombre! Se ha llegada la hora: hagamos la revolución!
Nico, o Porteiro: Eita, que agora danou-se tudo! O senhor fala que língua?
Homem barbudo e manco: Pues el hombre tiene que luchar contra la plusvalía, el capitalismo terco, la opresión!
Nico, o Porteiro: Calma, não precisa ficar zangado. Vou chamar alguém que também fala estrangeiro, peraí.
Homem barbudo e manco: Ai caray!

Nico o Porteiro chega arrastando Smirnoff, Stolichnaya e Baikal.

Smirnoff: что трахание?
Homem barbudo e manco: Octubre de 1917, hombre! Acá está la revolución! Entramos, entramos!
Nico, o Porteiro: Péra, a consumação!
Homem barbudo e manco: Ai caray!

Antenor (vendo o homem barbudo e manco entrar no Schopenhaus): Eita, que agora a Benedita vai é cuspir fogo! Aceito russa mulher e boa, mas cubano comunista e barbudo é que não!
Stolichnaya: Фидэль Кастро незаменим, если все мы не заменяем его, каждый в нашем месте!!!
Antenor: Quê que essa mulé tá falando?
Salustião Porreirinha: Mas o que meus olhos cambaleantes me mostram? A personificação da liberdade, a rebeldia em conserva, o charuto que penetra a opressão e liberta os povos! Fidel! - E desmaia no chão.
Lana Slutz: Hmmmmmmm... será que ainda dá no couro? Mas mancando assim... hmmmm sei não...
Fidel Castro: manco pues el imperialista Bush ha puesto un fantasma para me empurrar! Pero siquiera los malos espíritus van a impedir la revolución!
Lena Slutz: Quer que eu tire o vovô na porrada, Antena?
Antenor: Antena é a senhora sua mãe!
Lena Slutz: Ê, dô tapa de mão aberta na cara, Antena, vê como fala da velhinha...
Lina Slutz: O senhor não é meu vovôzinho, não?
Fidel Castro: Ai caray!

Mas o que Fidel Castro estaria fazendo no Schopenhaus? Teria Fidel Castro pirado com tanto remédio e se mandado pros trópicos? Teria o paladino da revolução, o amigo do Che, o mestre da Sierra Maestra, o apagador de cem fogos, se mandado pra longe do império cubano?



Pois eu, Jack Palance, tenho a resposta para o enigma que inquieta a humanidade! Acredite... se quiser!

18 de dezembro de 2006

Eterno Regresso

Antenor: Esse bar tá tão parado...
Salustião Porreirinha: É sempre o mesmo eisbein, sempre a mesma cangibrina...
Lana Slutz: Os homens, os mesmos papos...
Lena Slutz: As mesma muié, as mesma treta...
Dona Gerda: Tô cansada de ver panelas... argh, morram morram explodam!
Peixoto: Até eu esqueci que existia...
Giselda, a atuária: Ah, é... que bar era aquele mesmo que a gente ia?
Nico, o porteiro: Ééééééééééééééééééééééé... do jeito que tá, daqui a pouco o corvo leva!
Lina Slutz: Seu Antenor, me dá uma coquinha?
...
Antenor: É... eita...

6 de dezembro de 2006

Como é cruel cantar assim – Apêndice



Nossos queridos leitores hão de se lembrar de que nosso ídolo-mor, o grande e indefectível Cauby Peixoto, reencontrou seu ente querido depois de anos-luz de separação e, felizes e contentes, rumaram para a órbita de Plutão, pramode de realizar um concerto-protesto contra o rebaixamento do querido e estimado planeta à categoria de corpo celeste puro e simples.

Porém, um contra-tempo obrigou que a intrépida nave espacial que levaria os brasucas até a distante e remota paragem fizesse um pouso de emergência no Cabo Canaveral. E é aqui que nossa narrativa prossegue...

Fábio Júnior (irritado): Pelas barbas de Júpiter! O sensor de gasolina ultra-radioativa mostra que estamos sem combustível!

Elba Ramalho: Isso é o que dá, se perder e não querer perguntar o caminho...

Fábio Júnior (mais irritado ainda): Mas tem culpa eu se o Cauby foi se meter lá naqueles cafundós?

Elba Ramalho (batendo o pezinho): Humpf!

Enquanto isso, no Cabo Canaveral...

Soldado Ryan: Meu Deus, a chefe no vai acreditar! Um UFO está vindo in OUR dirécssion!

Pega o telefone, disca freneticamente o código secreto introduzido por um chip em sua cabeça.

Soldado Ryan: Sir! Um UFO em nosso direçón, sir! Devemos atirar, sir?
Major Tom: Ah, que sácôu! Utilize nosso ultra detonador magnético de terceira geração!
Soldado Ryan: Yes, sir!
Major Tom: E fala mais baixo, caralho!

Lá na nave espacial...

Cauby: Estou vendo um pontinho lá embaixo, poderíamos aterrisar lá, Gregory?

Fábio Júnior: Quem é Gregory, pelos anéis de Saturno?

Elba Ramalho: E esse imprestável que não faz nada pra nos ajudar?

Homem Nu: Aspiurundub?

Fábio Júnior: Por Vênus, estão disparando contra nós!

Elba Ramalho: Façamos alguma coisa, rápido!

Cauby: A arte aplaca a fúria, meus amigos! Vamos cantar, que as melódias são mais fortes que as balas!

Todos: “Sentimental eu sou... Eu sou demais!”

Já no Cabo Canaveral...

Soldado Ryan: Sir! Estão disparando raios ultrasônicos potentes que estão destruindo a base, sir!

Major Tom: Porra, você é incapaz de ter uma idéia própria, hein? O que esses alienígenas querem?

Fábio Júnior: Sabe o que é seu moço? Então... estamos sem combustível, será que o senhor poderia emprestar um pouco pra nós?

Soldado Ryan: Não são alienígenas, sir! São mais perigosos do que pensávamos: são brasileiros, sir! E cantantes, ainda por cima – sir!

Major Tom: Cuidado com essa raça que você pode pegar dengue. Dá um troco preles e mande os embora.

Soldado Ryan: Yes sir!

Major Tom: Não grita, fdpta!

Cauby Peixoto: Ufa, ainda bem que o gringo gostou da nossa música...

Fábio Júnior: Temos combustível para dar 5 voltas na Via Láctea!

Elba Ramalho: É, mas não vai se perder de novo!

Homem Nu: Aspiurundub?

Elba Ramalho: Esse homem está me aporrinhando...

Cauby: Mexeu com ele, mexeu comigo! Meu revólver, Gregory!

Fábio Júnior: É, não tô gostando de homem pelado aqui não.

Elba Ramalho: Se falar essa porra de aspirondoba de novo, juro que eu despiroco! Eu des-pi-ro-co, tão me entendendo?

Cauby: Vocês não sabem com quem estão se metendo! Cadê meu revólver, Gregory caralho!

Fábio Junior: Pelo menos podia pôr uma roupa...

Homem Nu: Aspiurundub?

Elba Ramalho: Ah, isso é que não!

Para saber o desfecho dessa história, clique aqui!

1 de dezembro de 2006

Pasmaceira

Antenor: Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn...

28 de novembro de 2006

Pensamentos antenados pensados por Antenor

Antenor (cotovelo no balcão, cabeça apoiada na mão, o olhar perdido): É sempre assim... quem nasce prego sempre acaba encontrando um martelo...

Lina Slutz (olhando para o teto): É mesmo?

25 de novembro de 2006

Último capítulo da estonteante novela... Como é cruel cantar assim!


Com o encantador de multidões!!!!!


No capítulo anterior, nosso ídolo estava trinando suas formidáveis canções quando o homem nu subiu no palco e lhe fez uma pergunta enigmática: “Aspiurundub?” É neste momento em que retomamos o fio da meada para o último capítulo de nossa novela!

Último capítulo


Ao ver o homem nu subir no palco e agarrar os ombros do maior cantor em língua portuguesa de todos os tempos, o mundo começa a preparar sua reação.

O líder da Coréia do Norte aponta seus mísseis teleguiados para o coração do homem nu; George Bush configura seu satélite de 300 milhões de dólares para disparar um raio laser fulminante no pobre homem; Vladimir Putin secretamente teletransporta um agente da KGB para o Schopenhaus; e Evo Morales manda um pistoleiro embebido em cocaína acabar com aquela baixaria.

O mundo está em um suspense.

Homem Nu (em transe): Aspiurundub?

Antenor arma sua garrucha.

O agente secreto Kalimandov acaba de cumprimentar sua irmã Stolichnaya, engatilha sua arma e a aponta para a cabeça do homem nu.

Kim Jung-Om manda chamar seu ajudante-de-disparo-de-mísseis-nucleares.

“What’s going on?” pergunta Bush e Marvin Gaye aparece dançando na Casa Branca.

Evo Morales: Mas que puerra es esa, hombre de Dios?

Todas as câmeras de TV do mundo estão sintonizadas na face límpida e majestosa do nosso ídolo, à espera de uma resposta.

Mas eis que então...

Homem Nu: Aspiurundub?

Cauby Peixoto: Tepaintla!!!!!!!!!!!

E se abraçam, felizes e contentes.

Antenor: Eita porra!

Cauby Peixoto: Mas por onde você andou?????

Homem Nu: Papitinho!!!!

E começam um dueto de “Don’t Let Me Be Misunderstood”!

Ao final da inigualável canção, um tremor sacode o Schopenhaus. Vibrações externas estimulam o sono em todos os habitantes do planeta e então, uma nave espacial pousa na frente do bar, por onde saem o Homem Nu e Cauby Peixoto!

Fábio Júnior: Vamos gente, que está na hora do nosso show em Plutão!

Elba Ramalho: Vamos fazer um concerto-protesto, para devolverem Plutão à categoria de planeta!

Cauby Peixoto e o Homem Nu sobem na nave e ganham o espaço sideral, deixando saudades nos corações de todos os que os conheceram!

17 de novembro de 2006

Como é cruel cantar assim – uma novela em capítulos!


Caros leitores, nossa novela aproxima-se do final... então, aproveitem para curtir com toda a intensidade a maior garganta de todos os tempos, a voz que encanta multidões... ele, Cauby!



Encontramos o ídolo maior de todas as gerações, a voz de veludo, caminhando em direção ao palco, para trinar suas magníficas canções. No entanto, poucos sabem que o que impulsiona o astro Cauby Peixoto para o pequeno palco do Schopenhaus é uma cruel vingança...

Capítulo 5



Cauby chega ao palco e ajusta o microfone, os olhos fechados, cabalando sua vingança. Ele sente a expectativa da platéia no ar... são 15 mil espectadores suados e ansiosos no Schopenhaus, sem contar os direitos de transmissão que foram vendidos para todos os países do mundo.

A guerrilha do Kosovo pediu uma trégua à Sérvia, no que foi prontamente atendida. O líder norte-coreano ameaçou bombardear Nova York se os Estados Unidos não lhe enviassem, em 24 horas, uma TV de alta definição para assistir ao show. O primeiro-ministro de Israel assinou um armstício de 1 hora com os palestinos só para não ser incomodado com o barulho de bombas. Até mesmo dona Lurdinha, que não gosta de comunistas, jurava que aquele barbudo perto do palco era o Osama bin Laden, que teria entrado no Brasil por Foz do Iguaçu.

Estava o mundo inteiro em suspenso, observando nosso astro se preparar para entoar suas lindas melodias. Então Cauby levanta a mão e pede silêncio – a turba fica muda. Ele abre seus olhos, sorri levemente e dispara:

Nicolau tinha uma fralda
A fralda do Nicolau
Sua mãe sempre dizia
Troca a fralda Nicolau!


Silêncio total na platéia. Em Brasília, os telefones começam a tocar: o presidente do Paraguai ameaça invadir o Brasil se Cauby não cantar “Conceição”; a TAP avisa que desviará um Jumbo da Varig para destruir o Pão de Açúcar se nosso astro não cantar “Bastidores”; e o líder de Tuvalu prometeu que obrigará seu povo a dançar a dança do tsunami que engoliria a Praia Grande, Santos e São Vicente caso o Garganta de Ouro não entoe “Retalhos de Cetim”.

A situação ia nesse pé quando os olhos triunfantes de Cauby param num canto perdido do balcão onde repousam os cotovelos de Antenor. Então o homem nu se levanta, caminha até o palco e dispara:

Homem Nu: (segurando Cauby pelos ombros e olhando firme nos olhos do astro): Aspiurundub?
O mundo pula num soluço.

16 de novembro de 2006

Como é cruel cantar assim – uma novela em capítulos!


Com o maior encantador de multidões deste país...




Enquanto o nosso ídolo rodava a cidade em busca do local de sua apresentação, o pessoal do Schopenhaus sentava a pua nos preparativos para a grande noite. É nesse ponto em que começa o novo episódio de nossa inebriante novela em capítulos!


Capítulo 4

Uma limusine cravejada de diamantes da Estônia pára em frente ao Schopenhaus. Automaticamente um tapete vermelho se desenrola do automóvel em direção à porta do bar, e então abre-se a porta do carro: imediatamente ouve-se milhares de fãs gritarem o nome da maior garganta já nascida em território brasileiro. Então uma perna sai do carro, depois outra e o corpo que sustenta a voz de veludo está de pé, encarando a porta do Schopenhaus. A porta do carro fecha-se e a gritaria termina.

Cauby (olhando a porta do Schopenhaus pensativamente): Caralho, vai ser mais fácil do que eu pensava.

Corte para o interior do Schopenhaus.

Dr Epa (atarefadíssimo, andando de um lado para o outro): Vamos, seus mulambentos, rápido com isso que o homem já está chegando!
Nico, o porteiro: Seu dotô, como se escreve o sobrenome do cara?
Dr Epa: Com CH, seu pedaço de bosta!
Dona Gerda: Esse cantor fala inglês? Se falar, eu posso receber o cara...
Dr Epa: Que inglês que nada! Volta pra cozinha e capricha no Eisbein, sua safardana!
Antenor: Seu Epa, temos apenas 4 copos...
Dr Epa: Limpos?
Antenor: Não, inteiros...
Dr Epa: Eita!

Toc toc toc: estão batendo na porta.

Um frio percorre a espinha de todos.

Corte para Flashback

Cauby Peixoto está dentro de sua banheira feita de rútilo cristal Swarovsky fumê, com faiscantes lasers internos, tentando limpar a própria merda de entre seus dedos com um cotonete.

Cauby Peixoto (pensando): Malditos! Ninguém faz o maior cantor da terra passar por um desagrado desses! Quando eu chegar nessa biboca esse véio vai ver com quantos palcos se faz um Canecão! (gritando) Conceiçãaaaaaaaaaaaao! A toalha!
Conceição: Que cheiro é esse, senhor?
Cauby Peixoto (ignorando retumbantemente a empregada): Eles vão ver... (rindo assustadoramente) a técnica Santa Esmeralda nunca falha!

Volta pro momento atual.

Dr Epa: Vamo lá, cambada, o melhor sorriso do mundo que o hôme tá lá fora! Nico, abre a porta!
Antenor: Eita!

Cauby Peixoto adentra o Schopenhaus entre gritos esfuziantes. Por um laivo de instante até pensa em se arrepender de sua terrível empreitada, mas não! Hoje esse bar vai ver o que é um show fracassar! Eles me pagam! Nas faixas, recém pintadas, o ídolo lê: Bem-vindo, Calbí Pêichoto. Mal apagado com corretivo, lê-se Biafra.

Cauby Peixoto: Gregory, meus sais! Esses energúmenos não só escreveram meu nome errado, como ainda reaproveitaram a faixa!
Gregory: é uma infolênfia, fenhor!

Então Cauby ruma ameaçadoramente para os camarins, acompanhado por Epa.

Dona Gerda: Num tô gostando desse moço nos meus aposentos...
Nico, o porteiro: Putiz grila! Esqueci minha coleção de revistas Rudolf na sua cama!

Cauby: Esse lugar fede...
Dr. Epa: Nos sentimos honrados pela sua presença em nosso singelo bar, ó grande bardo da existência brasileira!
Cauby: Humpf! Deixe-me a sós! Preciso de concentração! Gregory, retire o gentleman, por favor.
Gregory (pegando o Dr. Epa pelo colarinho): Ferá um pfazer, fenhor.

Cauby se senta na cama e percebe as revistas de mulher pelada de Nico, o porteiro. Com asco, ele se levanta e tropeça em algo – que é Flávia, a inflável, a amante de plástico de Nico, o porteiro!

Emputecido, nosso astro resolve que é hora de começar o show. Ele sai do seu camarim e segue para o palco. Seu ódio é tanto que ele já começará a destroçar a noite de todos logo na primeira música!

13 de novembro de 2006


Orgulhosamente apresentando...








o encantador de multidões!

No capítulo anterior nosso cantor favorito, esmerdeado, putíssimo das calças e humilhado em sua honra resolve topar uma apresentação num bar – contra todas as expectativas. É em sua limusine cravejada de esmeraldas da Lituânia que ele se encontra agora. Nesse meio tempo, começam os trabalhos para recepcionar a maior garganta que esse país já produziu.


Dr. Êpa (excitadíssimo): Negada, agora vocês vão ver do que são feitos os homens! Chamei o maior cantor do universo pra cantar aqui no Schopenhaus hoje e o homem topou!
Antenor: Eita!
Dr. Êpa: Vamo lá todo mundo, eu quero placas, faixas, quero tudo, hoje a gente lota essa bagaça!
Salustião Porreirinha: Eu nem acredito que vamos ter um show desse calibre aqui!
Lana Slutz: Finalmente vou dar pra um mega-star!
Dr. Êpa: Rápido, porra!

Então, em ritmo alucinado, nossos heróis começam a preparar as faixas, cartazes e preparar o velho palco desmontável. Stolichnaya, Smirnoff e Baikal, as garçonetes russas, bêbadas e desinibidas que não entendem português, não sacaram o que estava acontecendo, mas como eram bêbadas e desinibidas, viram que era festa. E dá-lhe vodka!

Fiori Gigliotti (diretamente do céu): E o tempo paaaaaaaaaassa!

10 horas

Antenor pinta o nome do ídolo numa enorme faixa feita de sacos de farinha grampeados uns nos outros.

11 horas

Dona Gerda enche o cachimbo de erva e começa a preparar o eisbein afrodisíaco, em doses homéricas.

Meio-dia

Cauby Peixoto (para o chofer): Gregory, meu caro, você tem certeza que esse endereço existe?
Gregory: É fim, fenhor. Eu fi no guia de Fão Paulo.
Cauby Peixoto (abrindo uma garrafa de Chatêau Petrus safra 1974, presente de François Miterrand): Mas vai devagar, Gregory, que eu quero degustar essa iguaria...
Gregory (calmíssimo): Cuidado com a lombada, fenhor.
Cauby Peixoto (ensopado): Caralho, Gregory!

13 horas

Dr. Epa se olha ao espelho e sorri: “Você ainda vai conquistar o mundo, gênio supremo!”

14 horas

Lana Slutz imerge em sua banheira, na qual ficará até anoitecer, se preparando para aprisionar o cantor em seus domínios de sedução e luxúria.

15 horas

Salustião Porreirinha, filósofo contemporâneo, trabalha febrilmente em sua “Ode ao Garganta de Veludo”, odisséia em setecentos e noventa e sete versos dodecassílabos que pretende declamar se a noite permitir.

16 horas

Cauby Peixoto: Esse lugar não está me parecendo com cara de ter um bar, Gregory.
Gregory (suando frio): Não se preocupe, fenhor. Está tudo fob contrgole.
Cauby Peixoto: Acho bom, Gregory, porque esses jovens estão com um olhar hostil para nós...

17 horas

Dr. Epa: E aí, cambada, tudo pronto?
Todos: Sim senhor!
Antenor: Ele nunca esquecerá nossa recepção, senhor.
Salustião: Fiz até uma ode, comparando-o com uma nuvem...
D. Gerda: Fiz 15 mil toneladas de Eisbein.
Lena Slutz: E a Lana já completou 8 horas na banheira...
Nico, o porteiro: Nossa, vai virar uva passa...
Dr. Epa: E você, Nico?
Nico, o Porteiro: Já passei meu uniforme novo, senhor!
Dr. Epa: Muito bom! Subam as faixas!

E as faixas subiram...

Dr. Epa: Um viva ao Biafra????????????? Pútis grila!

17:05

Gregory: Acho que é aqui, fenhor.
Cauby Peixoto: Schos... Schup... Schupam... caralho, como se fala o nome dessa espelunca?
Gregory: Xopingaus, fenhor.

10 de novembro de 2006

Como é cruel cantar assim – uma novela em capítulos













Com a participação dele, o encantador de multidões!


CAPÍTULO 2

No capítulo anterior, nosso amado Cauby Peixoto foi incomodado em sua cagada matinal por um impertinente telefônico, que despertou a ira do nosso cantor favorito. É quando ele ouviu a voz, do outro lado da linha, que começa o segundo capítulo da nossa emocionante novela...


Voz do outro lado da linha: Alô?
Cauby Peixoto (enfezado – literalmente): Quem fala?
Voz do outro lado da linha (gaguejando): Seu Ca... Cau... Cauby? É o mestre Cauby quem tá falando?
Cauby Peixoto (batendo o pezinho enlameado de fezes): E quem você queria que fosse, Ângela Maria?
Voz do outro lado da linha: Ah, que emoção... meu coração parece que vai parar...
Cauby Peixoto: O que você quer?
Voz do outro lado da linha: Seu Cauby, queria lhe convidar para enobrecer o pobre palco do meu bar com sua voz de veludo...
Cauby Peixoto: Se o palco do seu bar é pobre, chama o Nahim!

E desliga o telefone na cara.

Porém, nem mal dá as costas, Cauby Peixoto ouve o tilintar do telefone.

Cauby Peixoto: Caralho!
Voz do outro lado da linha: Desculpe a insistência, seu Cauby, mas é que seria uma honra para nós ter o senhor trinando suas lindas canções...
Cauby Peixoto: Honra?
Voz do outro lado da linha: Uma honra incrível... todos os nossos fregueses estão ansiosos com a possibilidade de vê-lo adentrar em nosso humilde bar...
Cauby Peixoto: Se o seu bar é humilde, chama o Ovelha!

E desliga o telefone na cara.

Porém, Cauby Peixoto tem uma idéia incrível. Olha para o telefone cravejado de diamantes de 21 quilates e torce para que ele toque novamente. Passam-se 1 minuto...

2 minutos

3 minutos

4 minutos

5 minutos

6 minutos

7 minutos

8 minutos

9 minutos

10 minutos... AHHHHHHHHHHHHHH MEU DEUS!

e Cauby Peixoto continua em frente ao telefone, esperando que o impertinente ligue outra vez. A ansiedade o consome, enquanto seu plano maquiavélico fermenta em sua cabeça. Agora ele deseja que o insolente ligue outra vez, e à medida que o tempo passa, ele deseja com mais ansiedade ainda.

E então o telefone toca.

Voz do outro lado da linha: Mister Peixoto, here is Barbara Bush, wife of the president of the United States. I would like to invite you to sing in the White House…
Cauby Peixoto: Agora não dá, to esperando uma ligação importante.

E desliga na cara.

Mas eis que o telefone toca novamente.

Voz do outro lado da linha: Herr Peixoto, eu querrrrer que o senhorrrr cante para o primeiro ministrrrro de Alemanha, yavolt!
Cauby Peixoto: Liga outra hora, por favor?

E desliga na cara.

E quando ele pensa que o impertinente não mais ligaria....

Voz do outro lado da linha: Seu Cauby, er, desculpe a insistência...
Cauby Peixoto (interrompendo): Eu topo, eu topo!!!!

9 de novembro de 2006

Como é cruel cantar assim – uma novela em capítulos

Orgulhosamente apresentando...












O encantador de multidões!


CAPÍTULO 1


O telefone de marfim indiano maciço toca – uma, duas, três vezes. Sentado, ele observa o aparelho com um ar de desolação.

Cauby Peixoto: Porque alguém sempre liga quando a gente está se aliviando?

Mas o telefone não desiste – e continua tocando, cada vez mais alto, até que a dor de barriga que Cauby Peixoto sente se mistura ao barulho intermitente do aparelho e o obriga a levantar-se da privada.

Cauby Peixoto: Espero que a ligação valha muito a pena, porque ninguém interrompe Cauby Peixoto de dar a sua cagada matinal sem ser severamente punido!

Ainda trêmulo após tanto esforço, o cantor alcança o telefone.

Telefone: Tu tu tu tu tu tu tu tu
Cauby Peixoto : Infâmia!

Cauby Peixoto volta ao banheiro de 300 metros quadrados, paredes preenchidas de legítimos azulejos portugueses fabricados em 1508, suas madeixas delicadamente encaracoladas pululando de fúria e desejo de vingança. Acomoda-se novamente no trono e seu esfíncter relaxa-se. Mas eis que então...

Telefone: Triiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiiim!
Cauby Peixoto: Maldição!

Desta vez, ele se levanta rapidamente e corre em direção ao telefone – sem notar que seu esfíncter continua relaxado e deixando um rastro de alívio no caminho entre a privada e o telefone. Porém...

Telefone: Tu tu tu tu tu tu tu tu tu
Cauby Peixoto: Ah, se eu pego!

Ele recoloca o telefone no ganho e volta para o banheiro.

Caminhada de Cauby Peixoto em direção ao banheiro: Splosh! Splosh!

Cauby Peixoto: Argh! Esses pés que pisaram nos melhores palcos do mundo agora amassam sua própria merda! Se eu pego o filisteu que me fez cagar na minha própria casa!

Vermelho de ódio, Cauby senta-se pela terceira vez em sua privada de ouro, cravejada de diamantes e que tem um autógrafo de um fã na tampa. Entretanto, não por acaso...

Telefone: Triiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim! Triiiiiiiiiiiiiiiim!

Agora é uma questão de honra para Cauby Peixoto atender o telefone. Num átimo, ele corre até a sua escrivaninha de mármore italiano, bordada de esmeraldas e pedras ônix, e levanta o telefone do gancho.

Voz do outro lado da linha: Alô?

27 de outubro de 2006

Grandes Idéias do Capitalismo Moderno – Mas que Não Deram Certo... Parte 3

A história do capitalismo é como uma mulher gorda: todo mundo vê, mas poucos gostam. De qualquer forma, tal e qual uma mulher gorda, a história do capitalismo guarda muitos segredos por entre suas dobras. E, na maioria das vezes, esses segredos são feitos por homens obstinados, em busca da fórmula empresarial perfeita.

Doutor Epaminondas Carnegão, mais conhecido como Dr. Êpa, proprietário do Schopenhaus, é um desses homens. Formado na Universidade Empresarial da Vida e tendo lido três vezes seguidas o Monge e o Executivo, Dr. Êpa aplicava seus conhecimentos altamente especializados na árdua tarefa de fazer o Schopenhaus uma empresa up-to-date com o que há de mais moderno no capitalismo global.

Vai daí que, após um investimento maciço de capital intelectual nos processos de sua organização, Epa chegou à fórmula perfeita de maximizar os lucros, obter altos índices de produtividade dos seus recursos humanos e extrair o maior retorno sobre o investimento em seus ativos: o Desinvestimento.

Dr. Êpa: É isso aí, negada, a bagaça é bem simples. Nós vamos parar de gastar. Vamos desinvestir. Não estou falando economizar, que economizar é coisa de empresa pobre. Nós vamos desinvestir.
Nico, o Porteiro: Todo mundo nu, êba!
Dona Gerda: Desinvestir, sua besta, não desvestir!
Nico, o Porteiro: Abluééééééééééé......
Antenor: Eita!
Dr. Êpa: O negócio é o seguinte. Vamos pegar um exemplo simples: o guardanapo de papel. Hoje nós investimos em guardanapo um valor X.
Pois então. Desinvestindo no guardanapo de papel, nós vamos ganhar X mais Y, sacaram?
Antenor: Mas seu Êpa, se a gente economizar no guardanapo os clientes vão limpar a boca com o quê?
Dr. Êpa: Economizar, não, estúpido! Morsa! Desinvestir! Eu já não falei que economizar é coisa de pobre? Será que vocês não sabem quem é Peter Drucker?
Nico, o Porteiro: Eu sei! Eu sei! É um pato que se veste de marinheiro! Viu como sou esperto, Gerdinha?
Dona Gerda: Tira a mão daí!
Antenor: Tá bom, a gente desinveste no guardanapo e os clientes limpam a boca com o quê?
Dr. Êpa: Aí é que entra a lógica amortizante – vamos maximizar os lucros desinvestindo no que é inútil e adaptando o conceito. Papel higiênico é mais barato e vem em rolos, o que elimina o desperdício. Desperdício, não, que empresa que se preocupa com desperdício é pobre, vamos chamar de restrição de consumo por item, que tem mais valor agregado.

Assim se disse, e assim foi feito. Ao invés de joelho de porco suíno, Dona Gerda passou a utilizar joelho de porco humano, vindo da rua da Consolação, oriundo de um fornecedor coveiro amigo de Nico, o Porteiro. Ao invés de lavar as panelas após cada preparo, as panelas começaram ser lavadas mensalmente; e no banheiro, revistas ilustradas ao invés de papel higiênico: “assim, os fregueses poderão aumentar seus conhecimentos durante a cópula sexual, afinal vai estar tudo impresso nas nádegas”, era o conceito brilhante de Epa.

No entanto, um mês depois, três fiscais da Sunab (Suínos Ululantemente Nervosos Arrumando Briga) apareceram para vistoriar o estabelecimento. Epaminondas Prático, Heitor Mangaratuba e Cícero de Abreu entraram na cozinha e se surpreenderam com o que viram.

Três fiscais da Sunab: Caramba! Dá pra gente morar aqui!
Dr. Epa (disfarçando): É coincidência, amigo, ou temos os mesmos nomes?
Três fiscais da Sunab: Vamos sair da Sunab e vamos entrar para o MST e fazer a reforma agrária desta cozinha!
Dona Gerda: MST?
Três líderes do MST (agora de língua presa): Movimento dos Suínos Tripudiados!
Antenor: Eita!
Três líderes do MST: Tá expropriado! Abaixo os latifúndios! Todo poder aos porcos oprimidos pelos empresários!

Para encurtar a história, Dr. Epa teve soltar uns cafezinhos para os Três líderes do MST, que resolveram então se transformar nos Três Manos do PCC (Porcos Corruptos e Criminosos) – mas isso é uma outra história...

24 de outubro de 2006

Terça Sacana - Interlúdio

É mais uma noite quente de terça-feira e as irmãs Slutz estão novamente no Schopenhaus, os cotovelos apoiados no balcão do bar.

Lana Slutz: Assim não dá! Não tem homem nessa biboca xexelenta! Tô começando a ficar apavorada! Será a TPM? Será a idade? Antenor, manda aí um Bombeirinho pra ver se apaga esse fogo!
Antenor: Pinga com Groselha?
Lana Slutz: Não, liga no 193 e pede um bombeiro mesmo, daqueles que descem rodando na pilastra e já chegam com a mangueira na mão!
Antenor: Eita!
Lena Slutz: Te falei que esse negócio de gostar de homem é fria. Hoje em dia, com sete mulheres pra cada homem, tá bom é pra mim!
Lina Slutz: Me vê uma coquinha, Seu Antenoooor?
Antenor: Da branca ou da preta?
Lina Slutz: Eita!

Repentinamente, barulho de copos.

Pratos voando.

Gritos.

Confusão.

Suspense geral.

Lana Slutz: Sagrada Mandioca! Macacos me mordam se não é o apocalipse! Antenor, me dá um beijo na boca que eu não quero morrer virgem!
Antenor: Virgem? Onde?
Homem Nu e Amnésico: Aspiurundub!

Uma panela cheia de Eisbein passa por cima da cabeça de todos. Salustião Porreirinha começa a chorar. Ninguém entende nada, mas dá pra ouvir os berros de Dona Gerda na cozinha:

Dona Gerda: Azáfama! Maldito desgraçado lazarento! Me traindo com qualquer uma!

Assim como os biscoitos fazem crec e os hidrantes jorram água, são as mulheres. Não que elas façam crec ou jorrem água, mas sim que se comportam sempre da mesma forma. É assim claro que, quando Dona Gerda pegou Nico, o Porteiro, em perfeito conluio amoroso, no gerúndio mesmo da coisa, que o bicho pegou, a casa caiu e a vaca foi pro brejo.

Nico, o Porteiro (jogando a mulher inflável pra baixo da mesa): Calma, Gerdinha, com prástico não é traição!
Dona Gerda: É pior do que você me trair com outro homem, sua gazela defumada!
Nico, o Porteiro (em posição de luta): Aí é que não! Aí é que não!
Dona Gerda: Quer tomar um Krav Magá nas idéias, quer?
Nico, o Porteiro: Eita que a muié fumô! Sai de baixo que quem tá de sapato num sobra!

20 de outubro de 2006

Poemetas alucinógenos da Lúcia, a alucinada

Se o mundo é redondo, quadrado ou é só rua,

De que me vale usar sapato?

Não sei pra onde vou e que se foda

Morra morra exploda.



Eu caminho meus pés tortos acima da lua,

Onde o verme passeia em seu próprio flato

Eu caminho e o cansaço nem me rela

Pois também salto como a gazela.



E cuidem-se os incautos! Eu sento a pua

Não importa se quem apanha é legal ou chato.

Espalho meu krav magá por onde vou

And I speak English: The book is on the table.



Nada me detém, apenas a garotinha nua

E ruiva que não se deita no mato.

Mas ainda a faço entrar no meu cachimbo

Para que eu saia do limbo.

4 de outubro de 2006

Grandes Idéias do Capitalismo Moderno – Mas que Não Deram Certo... Parte 2

Epaminondas Carnegão, também conhecido como Epa!, é um homem de visão para a frente. Admirador de luminares da administração de empresas como Peter Drucker e Alvin Tofler, Epa sempre considerou a inovação como um diferencial competitivo para o Schopenhaus, pois a reinvenção da empresa deve estar em seu próprio cerne.

Vai daí que o genioso Epa estudava todas as empresas bem sucedidas do mundo corporativo contemporâneo, como a Ford, a General Motors, a Enron e outros lupanares do capitalismo. Epa, homem de frases poderosas, que demonstravam sua liderança aos seus colaboradores, cunhou um novo paradigma para a sua corporação: “É melhor copiar o que dá certo do que ficar pensando merda”.

Então, um belo dia, Epa teve um insight altamente inovador: a dieta ao contrário. Em uma reunião para todos os seus colaboradores, Epa explicou seu revolucionário conceito:

“A bargaça é a seguinte: vamos fazer uns broches bacanudos, escritos: ‘Quer engordar? Pergunte-me como!’ e outras baboseiras do tipo. Cada um de vocês vai pregar esses broches aí no peito, e vai ficar andando por aí. Vamos pegar os carros de vocês e vamos adesivar, tão me entendendo, com frases do tipo ‘Engorde para ser feliz’ e outras pataquadas, estão me sacando?”

Dona Gerda: Mas seu Epa, ninguém aqui tem carro... aliás, bem que o senhor poderia pagar nossos salários pelo menos uma vez, né?

Epa: Insolência! Estamos em um brainstorming e não temos tempo para reinvindicações sindicais!

Antenor: Eita!

Mas Epa não se deixou abater e continuou a discorrer sobre seu novo conceito de felicidade da pessoa humana:

“A idéia é empanturrar o mundo de Eisbeins, tão morando na minha idéia? Fazer o Eisbein do Schopenhaus o mais consumido do mundo! Eu inventei a dieta ao contrário, e o remédio é o Eisbein!”, Epa gritava a todos os pulmões.

No entanto, a gritaria no Schopenhaus atraiu a atenção de vários transeuntes – entre eles, um ambicioso estudante de marketing, que ouviu a idéia, fez algumas adaptações aqui, outras ali, e inventou a dieta do palhaço, servida em uma cadeia de fast food que se tornou um benchmarking no setor de engordas.

Porém, Epa não desmoronou: “Viu como eu estava certo?”, Epa pergunta a todos que ouvem sua magnífica história. “Estou no caminho certo, ainda vou mudar o mundo! Trump, me aguarde!”

2 de outubro de 2006

A Lenda do Melhor Eisbein do Mundo – Uma Fábula Eleitoral

Era uma linda manhã de outubro. Os pássaros piavam, as pedras pedravam, os tratores tratoravam, as baratas barateavam, Dona Gerda fumava unzinho e os eleitores votavam. Afinal, era dia de eleições.

Porém, no Schopenhaus...

Freguês sedento: Chefe, desce uma daquela que matou o guarda!
Outro freguês sedento: Caramba! Estou seco! Manda outra aí, capitão!
Mais um freguês sedento: Uma cervejinha e um tremoço, no capricho!
Lana Slutz: Até tremo com moço!
Antenor: Eita!!!!

Mas eis que então, pé ante pé, surgem na porta do Schopenhaus três fiscais furiosos, três fiscais irados, três fiscais furibundos. E eram: os três fiscais do TSE! Afinal, era dia de eleições.

Antenor: Meu Deeeeeeeeeeeeeus! Os Três Fiscais do TSE! Vamos gente, devolvendo o goró!
Epaminondas Prático: Hoje é lei seca! Não pode vender pinga, seus sacoleiros macabros, flibusteiros andróginos, burocratas de cemitério, escoteiros do inferno!
Heitor Mangaratuba: A regra é clara: Não pode vender goró em dia de eleição!
Cícero de Abreu : Eleitor bêbado só vota em ladrão! E tenho dito!
Lana Slutz: Cacetildes, eu estou vendo três porquinhos ou aquele diazepan desceu quadrado?
Homem Nu e Amnésico: Aspiurundub?

O braço forte da lei desce sobre o Schopenhaus.

Stolichnaya (arrancando o copo de um freguês sedento): Yavolt!
Baikal (fazendo um freguês sedento golfar um gole que já ia descendo faceiro pela garganta do insolente): Yavolt!
Sebastião Porreirinha (subindo na mesa): Vamos quebrar tudo!
Antenor (tirando a garrucha detrás do balcão): Vem com graça, vem!
Freguês sedento e desavisado: Tira a mão da minha bunda!
Smirnoff (dando uma machadada na mão de um freguês sedento e despeitado): Yavolt!

Epaminondas Prático: Não adianta esconder, seus tripanossomas desinxabidos! Nós já vimos tudo!
Heitor Mangaratuba: Imprudência! Tem de autuar!
Cícero de Abreu: Fechem o bar!
Fregueses sedentos e frustrados: Ablué.................

No entanto, os três fiscais do TSE não viram que Dona Gerda, tal e qual um agente secreto do Mossad, se esgueirava pelas paredes do Schopenhaus, com seu vestido verde-oliva, uma boina preta na cabeça e seus óculos de visão infra Raio-X noturna de longo alcance. E seu cachimbo de erva, claro.

Escaldada por mais de 30 eleições, Dona Gerda silenciosamente destrancou o antigo alçapão sob a porta de entrada do Schopenhaus ao mesmo tempo em que acendia o enorme caldeirão de água na cozinha.

Epaminondas Prático (aspirando): Que cheiro de maconha é esse????
Dona Gerda (avançando no meio do salão): Morram, morram, explodam, porcos do TSE! Eu já conheço suas artimanhas vis! Azáfama! – e, numa leveza, it, aplomb e nonchalance extraordinários para uma mulher de 130 quilos e mais de 100 anos, jogou, com um certeiro golpe de krav magá, os apalermados fiscais da nação para fora do bar.

Antenor: Eita! Rápido, antes que eles voltem! Os barris de chopp!!!!!

Em instantes a porta do Schopenhaus estava fechada por barris de chopp vazios, enquanto os fiscais do TSE tentavam entender o que estava acontecendo.

Antenor (gritando): Stolichnaya, Smirnoff, Baikal! Rápido, abram o barrilzinho de cachaça e passem a roda, agora é guerra!
Freguês sedento: Ai, que me dá até falta de ar!
Lena Slutz: Ôpa, passa a roda, minha filha! No cachimbo da vovó!
Sarajane: Vamos abrir a rodaaaaaaaa, enlarguecer!!!!!
Salustião Porreirinha: Cala essa boca!

Enquanto isso, no lado de fora do Schopenhaus...

Epaminondas Prático: Filhos de extra-terrestre manco! Pentelhos de Belzebu! Pituítas marcianos! Por mil bistecas! Isso é um acinte!!! Um rebuceteio! Vamos derrubar!
Cícero de Abreu: Ãhhhh... veja bem. Aquela não era a Dona Gerda Shnitzel?
Epaminondas Prático: Deixe de ser estúpido, todo mundo sabe que Gerda Schnitzel morreu há mais de 30 anos!
Heitor Mangaratuba (visivelmente apavorado): Eu não tenho tanta certeza... tenho uma idéia. Pensando bem, todo mundo lá dentro tá com cara que já votou. Vamos embora?
Epaminondas Prático: Nem pensar! Isso é uma afronta à nação pandeiro! Uma desonra à memória de Plínio Salgado! Vamos derrubar!!

Então os Três Fiscais do TSE assopraram, e assopraram, e assopraram, e nada de derrubar a barricada de barris que Dona Gerda erigiu. E então eles bateram, e bateram e bateram, e nada da barricada ceder. E aí eles pegaram uma britadeira. Porém não houve tempo hábil nem para ligar a britadeira: A porta do alçapão se abriu num estrondo, misturado à risada macabra de Dona Gerda. Num átimo, estavam dentro do caldeirão fervente, entre cebolas, rabanetes e grandes cabeças de alho, e assim, instantaneamente, morreram os Três Fiscais do TSE: Três Suínos Estúpidos!

Dessa maneira foi produzido e os fregueses se refestelaram no mais saboroso Eisbein já produzido nesta face da Terra. E todos viveram felizes para sempre.

Todos?

Nico, o porteiro (abraçando Dona Gerda por trás): Então, Gerdinha... um motelzinho pra comemorar?
Dona Gerda: Não posso, hoje eu tenho natação!

22 de setembro de 2006

Pequeno Dicionário do Schopenhaus – Parte 2

Lana Slutz - Essa gosta do negócio. Se usa calça ela pega. Se tá vivo ela pega. Até o Peixoto ela pegaria.
Homem Nu e Amnésico - Não se sabe de onde veio nem pra onde vai. Está há seis meses sentado ao balcão. Antenor não serve nada pra ele ("Ele não tem bolso, guarda o dinheiro onde? É o Papillon, por acaso?"), mas tampouco o rapaz pede. Apiedadas de sua situação, Stolichnikaya, Smirnoff e Baikal, as garçonetes bêbadas, russas e desinibidas do bar dão nele banho com toalhinhas embebidas em vodka e fazem sua barba todos os dias. Até hoje não tentou nada com nenhuma delas, mas Antenor mantém a garrucha sempre cheia de sal, por via das dúvidas.
Stolichnikaya, Smirnoff e Baikal - Garçonetes bêbadas, russas e extremamente desinibidas do Schopenhaus.
Epaminondas Carnegão - Dono do Schopenhaus. Sesquicentenário, o atlético senhor é um feroz praticante do Jiu Jitsu, com vários campeonatos internacionais no currículo. Dizem que pegou a Dona Gerda, na época da segunda grande guerra.

Pequeno Dicionário do Schopenhaus – Parte 1

A vida, quase sempre, tem um caráter anárquico. Como alguns leitores não entenderam esse detalhe, cabem aqui algumas explicações. O Schopenhaus não é uma novela do Manoel Carlos, não fica em Ipanema nem é um amontoado de estereótipos facilmente deglutíveis. São fotografias de arquétipos, vida real; é bastante anárquico, claro, porque a vida real é anárquica e, muitas vezes, baseada no mito da época. Alguns leitores conseguem entender porque Parsifal, na sua busca do Graal, salvou a Bela do Castelo e depois foi dormir juntinho a ela, coxa com coxa, sem nenhuma conotação sexual porque, simplesmente, a Bela era o arquétipo do feminino – sem viadagem – dele mesmo, que precisava ser salvo e protegido. Já outros leitores preferem achar que o tal cavaleiro era mesmo uma tremenda bichona, que só salvou a Bela do Castelo porque ela se vestia mal pacas. Assim é no Schopenhaus. Todas as personagens, por mais impossíveis, existem, são pessoas reais ou a mistura de várias personalidades. Como quando o artista tem que explicar sua arte pro público um dos dois é burro, vamos assumir a pecha de maus escritores e fazer um pequeno glossário pra explicar os personagens do Schopenhaus. Não está em ordem alfabética, nem de importância, nem de nada. Talvez a gente explique o porquê disso depois. ou não. Sei lá.

Antenor – Ex-militar reformado e inconformado, corno e solitário. Se encontrou no primeiro emprego civil de sua vida, já em avançada idade, como factótum do Schopenhaus;
Peixoto – Detetive de profissão. Namora Giselda, a Atuária, há pouco tempo, e não sabe o que é uma atuária. Mas sabe que ela adora animais;
Totonho Lemgruber – Psicólogo. Porrista incorrigível e viciado em baralho.
Dona Gerda – A centenária cozinheira do Schopenhaus é o ser mais mal-humorado que já existiu. Seu desejo maior é que o mundo acabe, e já. A véia ainda manda brasa e – segundo Nico, o Porteiro - muito bem.
Lena Slutz – homossexual convicta porém não invicta. A última vez que saiu com um homem foi com seu pai, da maternidade. Não gostou.

20 de setembro de 2006

Tepaintla!!!!!!

O silêncio volta ao Schopenhaus. Antenor está utilizando seus conhecimentos adquiridos no Terceiro Regimento de Cavalaria de Bangu para consertar um liquidificador com açúcar, fósforo e saliva - como sempre. Nico, o porteiro, está cochilando tranquilamente, seu quepe caído nos olhos, a cadeira inclinada apoiada na parede, como sempre. As garçonetes russas, bêbadas e desinibidas comem tranquilamente seu café da manhã - um farto mingau de vodka que elas chamam de Dieta Yeltsin: como sempre. Dona Gerda está discutindo com um entregador de frutas que a chamou de analfabeta funcional só porque ela quis roubar dele no troco (como sempre). Ou seja, tudo transcorre na quietude que abençoa um bar quando ele não existe: durante a manhã.

Mas eis que então, de um só pulo, ele se levanta do banco onde repousou suas nádegas nuas por tanto tempo, estica os braços, arregaça os olhos e encara alucinadamente Antenor - e então fala, pela primeira vez:

- Aspiurundub?

O mundo pula num soluço.

Mais um dia começa no Schopenhaus...

Stolichnaya, Baikal e Smirnoff entram porta adentro, fazendo trenzinho e entoando:


Nós, nós os carecas

Com as mulheres

Somos "maiorais"

Pois na hora do aperto

É dos carecas

Que elas gostam mais

(Nós, nós, nós)



Não precisa ter vergonha

Pode tirar o seu chapéu

Pra que cabelo?

Pra que Seu Queirós?

Se agora a coisa está pra nós!

(Nós, nós, nós)


Antenor: Eita! E eu que pensava que elas só falam estrangeiro?! Yavolt!

12 de setembro de 2006

O Brasil é o País do Futuro

Autor Contrangido: Pois é, maestro, temos que atualizar esse blog fdpta, nossa única leitora já reclamou no post passado...
Autor Desinibido e Cardíaco: Pois égua. De hoje não passa... putz! Lembrei que tenho exame marcado amanhã, tenho que ficar doze horas em jejum!
Autor Contrangido: E o que isso tem a ver com atualizar o blog?
Autor Desinibido e Cardíaco: Ãh... veja bem...

4 de setembro de 2006

Uma palavra sobre o nosso patrocinador preferido

Apresentador: Estamos aqui com o Antenor, o homem que bota o Schopenhaus pra funcionar! Senhor Antenor, do que o senhor se lembra ao entrar em um túnel?

Antenor: Eita! Lembro da vó Bilica dando banho em mim, na chácara…

Apresentador: O senhor foi criado pela avó, senhor Antenor? Hahahahaha! Vamos falar com essa outra freguesa aqui! Olá, como é o seu nome?

Lana Slutz (sorridente e piscando sem parar para a câmera): Lana Slutz, mas pode me chamar de Laninha... Você tá cheiroso, hein? Que comercial é esse que vocês tão gravando? De perfume?

Apresentador: Que nada! É um produto que é a sua cara! Responda esta pergunta: O que vem à sua memória quando você vê uma minhoca na terra?

Lana Slutz: Lembro do biscoito de Araruta que a minha vó fazia na chácara…

Apresentador: Nossa, esse biscoito da sua avó deve ser uma delícia... mas a resposta está errada! E você, menina, como é o seu nome?

Stolichnaya: Yavolt!

Apresentador: Me diga, senhorita Yavolt… o que você pensa quando tem que colocar uma chave na fechadura e a chave não entra?

Antenor: Ela é russa, moço, ela não entende nada do que você diz...

Apresentador: Ah, então deixa pra lá! Nosso último entrevistado de hoje, vem cá senhor, por favor! Diga seu nome aos nossos telespectadores!

Nico, o porteiro: Hã, eu, bom, meu nome é Nico...

Apresentador: Senhor Nico, do que o senhor se lembra quando vê um lápis entrar no orifício do apontador?

Nico, o porteiro: Ah, moço... isso me faiz lembrá de um tatu que escorreigava pra dentro de uns buraco que tinha lá na chacrinha da minha vó Terta... Tá certa minha resposta???

Apresentador: Se a sua resposta está certa? Deixa eu ver, depois eu te comunico... certo Nico? Hahahahahaha

Apresentador (olhando para a câmera): Bom, pelo visto só a vó de vocês sabem do que estou falando... então, vão todos tomar no cu... com o Besuntador Retilíneo Roskoff, o gel que penetra na alma das pessoas!

Silêncio.

Apresentador (constrangido, chega perto da câmera): Não curtiu a metáfora? (Agora em um arroubo de felicidade) Não tem problema! Meta fora, meta dentro, mas use o Besuntador Retilíneo Roskoff!

Então entra a saracoteante Sarajane, cantando seu hit universal: Vamos abrir a roda/Enlarguecer...

18 de agosto de 2006

Uma dúvida paira sobre o Schopenhaus

Freguês curioso: Cadê o dono desse bar?
Antenor: Porquê tu qué sabê?
Freguês curioso e impertinente: Não é o olho do dono que engorda o porco?
Antenor em dúvida: Uééééééééééééééééééééééé......
O homem nu solta um sorrisinho insolente.
Antenor em dúvida: Pelo menos, esse traste não é surdo...

11 de agosto de 2006

Dia Perfeito

10 de agosto de 2006

Mais um dia começa no Schopenhaus...

Dona Gerda achava que o mundo seria mais feliz se explodisse nessa manhã. Ressaca desgraçada! Começou a achar que estava velha demais pra essas coisas de sair à noite, badalar, pitar ervas estranhas, beber e fazer sexo selvagem com desconhecidos em estações de metrô. "Morra, morra, exploda", ela sussurrava entre dentes, enquanto caminhava para o Schopenhaus.

Nico, o porteiro: Bom dia, Gerdinha querida...
Dona Gerda (sem nem olhar para o rapaz); Bom dia? Por quê?
Antenor: E aí, Gerda, preparada pra mandar brasa no Eisbein hoje?
Gerda: Vou mandar brasa na sua mãe, desgraçado!
Antenor: Eita, poupa pelo menos a véia!
Nico, o porteiro: Magina! A veia já tá com 115 anos, se poupar ela, a gente fica sem! Tem de mandar brasa na Dona Gerda o mais rápido possível... antes que vá pra conta!
Lina Slutz: Pouparéla? Que é isso?
Antenor: Não era essa velha que eu estava falando...
Dona Gerda: O quê? Você me chamou de velha? Argh! Morra, morra, exploda!
Nico, o porteiro: Senta a pua, Dona Gerda... ah, quando ela tá fula é que a noite vai ser pequena... quem tiver de sapato não sobra!
Antenor: Como é????? Você tá mandando brasa no cachimbo da Dona Gerda????
Dona Gerda: Insolência! Infâmia! Azáfama! No meu cachimbo, só erva!
Nico, o porteiro: Essa alemãzona fumada, meu amigo... é uma divisão Panzer!
Antenor: Eita!
Dona Gerda: Velha é a coitada da sua mãe, com aqueles saltinhos da gazela!
Nico, o porteiro: Essa foi uma gerdada nos zóio!
Antenor: Mais respeito, Gerda, que mamãe tá no céu...
Dona Gerda: E daí? Quem luta Krav Magá bate em qualquer um, em qualquer lugar!
Nico, o porteiro: Crávi Magáiver? Eu curtia esse seriado!
Dona Gerda: E você fica quieto, senão sobra pra você também!
Nico, o porteiro: Glup!
Antenor: E você vai ter de me explicar essa história de mandar brasa na Dona Gerda, seu espertinho!

Entra Sebastião Porreirinha.

Sebastião Porreirinha: Bom dia pra todos!
Antenor, Dona Gerda e Nico, o porteiro: Bom dia por quê?????

4 de agosto de 2006

Grandes Idéias Empresariais do Capitalismo Moderno (mas que não deram certo)

Depois de anos de trabalho regular, com uma clientela fiel mas pouco movimento financeiramente falando, o Schopenhaus estava começando a dar um certo prejuízo para Epaminondas Carnegão, o altivo e sesquicentenário dono do estabelecimento.

Não que alguma vez em sua longa história o Schopenhaus tenha dado lucro, mas um certo prejuízo é mais que o prejuízo certo de sempre.

Epaminondas já tinha feito algumas mudanças sutis no serviço, como quando contratou Antenor para dar um Upgrade na casa (ver o primeiríssimo post), em substituição a Herivélton Trosoba, o antigo garçon que não atendia às mesas porque perdia tempo demais jogando porrinha com Dona Gerda na cozinha.

Epaminondas, ou Doutor Êpas, como era conhecido por quase todo mundo, tinha pessoalmente trazido de Nizhny Novgorod, capital de Nizhny Novgorod, na Rússia, as garçonetes Stolichnikaya, Smirnoff e Baikal, que na época, curiosamente, não eram tão bêbadas quanto hoje, mas já eram russas e bastante desinibidas.

Doutor Êpas pensou, com razão: garçonetes bonitas atraem marmanjos. Garçonetes russas entendem de goró. Garçonetes desinibidas que entendem de goró e atraem homens para o estabelecimento são legais.

É claro que, na prática, Stolichnikaya, Smirnoff e Baikal realmente atraem homens para o estabelecimento, e sua desinibição faz com que os caras até tomem umas ou outras, mas como o consumo do Eisbein Afrodisíaco provoca algumas reações mais descontroladas dos comensais e as meninas estão sempre bêbadas e desinibidas, mesmo, Antenor sempre acaba tendo que fazer uso de sua prática garrucha da época da guerra do Paraguai, o que, se não causa muito prejuízo, espanta fregueses pacas.

Vai daí que, certa manhã, durante uma relaxante aula de jiu jitsu, Dr Êpas, enquanto mordia a orelha de um cara com quem ele não tinha tomado sequer um café, teve uma idéia genial: desenvolver um serviço de entregas do magnífico Eisbein Afrodisíaco da Dona Gerda. O Schopenhaus Delivery!

Antenor: Delivery é facil, Dr Êpas. É só mandar brasa num motoqueiro e aumentar a produção do Eisbein.
Epaminondas: Hum.
Antenor: É na batata, e motoqueiro eu tenho um sobrinho meu que já tem moto e tudo!
Epaminondas: O que você acha, homem amnésico?
Homem Nu e Amnésico: Sei lá.
Epaminondas: Hum.

Curiosamente a história de sucesso do Schopenhaus Delivery não se tornou uma história de sucesso, na verdade quase não se torna uma história. Primeiro, porque o Eisbein Afrodisíaco derretia as embalagens de isopor onde era acondicionado. Outro fator para o retumbante fracasso é que o aroma inconfundível da requintada iguaria provocava ereções em todos os homens numa área de 100 metros de onde estava se consumindo, ou se consumando, a refeição, o que causou muito acidentes de trânsito e muita vergonha, além de alguns beliscões e um parto prematuro na frente da igreja. O último, mas não menos importante fato: as placas de trânsito não são em Braille.

Leitor do blog: Mas que porra isso tem a ver?
Blogueiro insano: Isso o quê, gente fina?
Leitor do blog: Esse troço das placas de trânsito não serem em Braille.
Blogueiro insano: Ah, é porquê o motoqueiro do Schopenhaus era cego.

Ninguém entendeu como um motoqueiro podia ser cego e motoqueiro, com carteira de motorista, moto e tudo. Romildo Ronaldo dizia que era fácil, dirigia pelo tato.

Romildo: Xá comigo, que eu conheço a cidade como a palma da minha mão!

Pelo visto conhecia muito mal a palma da própria mão. Entregou o primeiro Eisbein (que seria para Salustião Porreirinha, que estava de cama em casa com falta de inspiração) no convento das irmãs Maristas de Cotia, provocando a primeira cisão na igreja católica do século XXI, e o maior desde a Reforma, em 1532. Enquanto as irmãs, já livres dos seus hábitos, corriam peladas pra todos os lados e agarrando a outrora pacata e agora assustadíssima população masculina de Cotia, Romildo Ronaldo fazia o que sempre fazia nessas ocasiões, quando ouvia tudo mas não entendia nada: deu de ombros e foi pra próxima entrega.

3 de agosto de 2006

Sei Lá!

Lina (fechando os olhos): Ah! Valha-me Deus que é mais maior!
Lana: Uau, que pupunhão!
Sebastião Porreirinha: Mata que isso morde, mata, mata!
Freguês desavisado: Porra, tira a mão da minha bunda!
Peixoto (desolado): Carambolas! Não sabia que tinha tão grande...
Giselda: Hmmmm... interessante...

Antenor, que estava de costas para a porta, se volta para o balcão e vê o homem entrar nu dentro do bar.

Antenor: Ah, isso é que não! Sai andando, cavalheiro, antes que eu ponha minha garrucha para funcionar.

Mas o homem apenas prossegue na direção da banqueta no canto do balcão, colada à parede.

Lena(para o homem): Aí, velhusco, tu tá dando cambalhota nas idéia?

Impassível, o homem se senta na banqueta, o olhar perdido. O bar volta à normalidade.

Antenor: Ta bão, tá bão... se for ficar quieto aí, eu deixo. Mas se o negócio subir, aí a gente abaixa ele no tiro, tá me entendendo?

Silêncio.

Antenor: Assim tá bão. Vai beber o quê?
Homem: Sei lá.
Antenor: Eita, tá me tirando barato?

Silêncio.

Antenor: E aí, qual é o seu nome?
Homem: Sei lá.
Antenor: Agora acabou as paciência!
Lana: Deixa comigo, eu arranco tudo dos homens... (se aproxima do homem) E aí, meu coioiózinho, qual é a tua graça?

Silêncio. Antenor olha desconfiado para a aproximação de Lena junto ao homem, a garrucha na mão escondida atrás do balcão para o caso de alguma coisa indesejável se levantar.

Lana (ronronante): Hmmm... adoro homem misterioso... vamos ferver lá em casa, vem...?
Homem: Sei lá.
Lana: Hmmmmm... que dificinho... adoro homem que fala sei lá.

Como não é mulher de se deixar empanzinar por homem difícil, Lana Slutz começa a sua já internacionalmente conhecida Dança do Ventre de Cócoras sobre o Dardo do Amor, que já provocou mais estragos sobre os homens que a vitimaram que o Maluf nas contas públicas. Antenor, que já tinha visto a famosa dança mais de cem vezes, ainda assim teve que conter uma gotinha de suor que insistentemente insistia em descer gelada pela sua coluna cervical. Estava na cara que o peladão ia levar chumbo!

Lana: E aí, gato, vai ser ou tá difícil essa mixaria?
Homem (suando): Sei lá.
Antenor: Eita! Se o homem resistiu à Dança (assim, com maiúscula, porque era A Dança, e não uma dança qualquer) é porque ou é boiola ou está com amnésia!

1 de agosto de 2006

Introdução a Totonho Lemgruber

Totonho (já bem alcoolizado): Pois é, loirinha (hic), eu sou psicólogo, manja? Tá ligads? Fróid, Iúngui, Burle Marx?
Stolichnaya (como sempre, bêbada e desinibida): Yavolt! Hic!
Totonho: Porque esse lance de cabeça é assim, manja? Hic! Tipo assim, gata… eu não tô olhando os seus seios túrgidos (hic) agora, saca? Tô olhando a tua alma!
Antenor (brandindo o facão de destrinchar o eisbein): Eita! Então tira a mão do peito dela, enquanto você tem uma! Alma é o cacete!
Totonho (desmalocando o flagrante): Ãh… alguém tem um baralhinho aí?

Sebastião Porreirinha: (olhando desconfiado para Totonho Lemgruber): Quem é esse gordo querendo tirar chinfra de intelectual? Aqui só tem eu, porra...
Totonho (falando para Sebastião Porreirinha): Ô do bigodinho engraçado, tem um baralhinho aí? Vamo trinchá um buraquinho?
Sebastião Porreirinha: Engraçado é a porpeta da senhora sua...
Antenor (aproximando o facão de Sebastião): Cume quié????
Freguês desavisado: Minha bunda!
Figueira: My name!
Antenor: Figueira! Você por aqui?
Figueira: Eu tava indo lá no buraco do querosene, mas o carro quebrou aqui na frente, aquela caraia!
Lana Slutz: Caraia? Onde?
Figueira: Mas venta, aqui, hein? Quem é essa jumenta, essa barranca?
Antenor: É freguesa antiga. Vai uma marvada, que matou o guarda, da reserva especial dos amigos?
Figueira: Ai, que me arrepiou todinho!
Totonho Lemgruber: E o (hic) baralhinho, alguém tem?

Cão! Cão! Cão!

Enquanto passava pela centésima vez o mesmo pano sujo no mesmo canto sujo do balcão, feliz e lembrando de seus dias no bravo exército brasileiro com nenhuma saudade, Antenor repentinamente viu algo que achava que não iria ver nunca nessa vida, ou até em outra, talvez.

Lena Slutz entrava ofegante, com mais de dez cachorros, de todas as raças e tamanhos, de todos os tipos de pelagem, peso e pedigree, e espalhando aquela inconfundível catinga de cachorro molhado pelo ambiente.

Lena (para Giselda, a Atuária): Taí, nêga, trouxe um catálogo de dog pra você escolher um. Hoje a vaca vai pro brejo, a cobra vai fumar! Hoje é dia de pomarola!
Antenor: Eita! Que catzo é isso?
Lana (desavisada): Catzo? Onde?
Giselda (colocando os óculos): Xovê aqui… Rex, Rex!
Lena: Meu Deeeeeeeeus!!!! Que óculos!
Peixoto (mais desavisado que Lana Slutz): Ah, o amor da minha Seldinha por animais me comove... Lembra daquele cavalo lá em Amparo, meu amô? Você até dormiu junto com ele dois dias, de tanto que você gostou dele...
Lina (para Giselda): Leva eu pra ver seu cavalinho?
Giselda (mandando beijinho para o Peixoto e falando para Lina): Cala essa boca!

Apesar dos protestos de Antenor, dos chiliques de Salustião Porreirinha, inconformado com aquela invasão (Cães sarnentos!!! Antes fosse um poético porco, com quatro Eisbeins!!!) e até da tentativa de um banho de óleo fervendo que veio da cozinha de Dona Gerda e que, felizmente, não acertou ninguém, Giselda colocou-se a determinar qual dos simpáticos totós seria o escolhido.

Peixoto (otário completo): Olha, Seldinha, que fofucho esse Pincher!
Giselda: Pincher não, Xôtinho... Pincher é muito miudinho! Tô pensando nesse São Bernardo, aqui... mas vai ter que dar uma tosada nele!
Antenor: Eita!

E eis que então entra Digby – O maior cão do mundo!!!!!


Todos: Uau!

Lana: Que Sebastião Porreirinha que nada! Eu quero Digby!
Giselda (olhando com os olhos arregalados para o enorme cão): Lena? É esse.
Lina: Óia que grandão!
Freguês desavisado: Tira a mão da minha bunda!
Lena: Pruta que lariu! Agora eu quero ver! Vem bichinho, vem!
Sebastião Porreirinha: Não deixa ele cagar em cima de mim!
Digby: Au au!
Antenor: Dona Gerda, senta a pua no eisbein que hoje vai ser brasa no cachimbo da vovó!
Dona Gerda: Eita!

28 de julho de 2006

Diálogo ouvido por Antenor ao passar de um anjo no Schopenhaus

- Qual a melhor banda nacional de todos os tempos?
- Ah, Joelho de Porco, sem dúvida!

Antenor: Eita! É brasa no cachimbo da véia!

26 de julho de 2006

Som na caixa, mané!

Diabo sem rabo (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira)

A minha fantasia de diabo

Só falta o rabo, só falta o rabo

Eu vou botar um anúncio no jornal:

Precisa-se de um rabo

Pra brincar no carnaval



Já comprei lança

Carapuça, comprei tudo

Até o pé de pato

E capa de veludo

Mas, que diabo!

Puxa, puxa, que diabo!

Depois de tudo pronto

Eu notei que falta o rabo

25 de julho de 2006

Agora que a porca torce o rabo!!!! Eita 5!!!!

Contagem regressiva para mais uma atração com o padrão Schopenhaus de qualidade!

8
Lana: Tchans!
7
Lena: Tchuruns!
6
Lina: Oi!
5
Salustião Porreirinha: Hã, hein? Hmmmm, veja bem...
4
Garçonetes russas, bêbadas e desinibidas: Yavolt!
3
Antenor: Eita!
2
Giselda, a atuária, e Peixoto: Senhores!
1
Todos: Ó nóis aqui traveis!!!!

Participação especial de Roberto Avallone: O suspense paira no Schopenhaus, exclamação! Lena, tal e qual um centroavante rabo de vaca (não entendeu? Putz – provavelmente, você deve ler mais...) está rondando a grande área de Giselda, a atuária. Pitadinha histórica: é um ataque que me lembra do grande time do Bangu em 1946, que tinha Ronca Cuíca no gol, João Pança de Onça, Troncão e Fura-Olho na defesa; no meio, Osvaldo Tranca-Rua, Rui 38 e Molenguinho; pelas pontas, Esquerda e Direita; e no ataque, os inesquecíveis Zás-Trás e Fon-Fon, que derrotou o Grêmio de Ibitirabipoca por 1,2,3, 4 a 1, exclamação!

Salustião Porreirinha: No pique, no pique que a audiência é rotativa!




Lena (acariciando a mão de Giselda): Então, mina, cola lá na minha goma pra rolar um trança perna...
Giselda: Trança perna?
Lena: É, um sabonete, um velcro, um chega-mais-pra-cá minha nêga, um ziriguidum, um pão na chapa!
Antenor: Eita!
Lena: É, vamo virá os zóio...
Giselda: Hmmmmm

Enquanto isso, Lina Slutz tenta animar o inconsolável Peixoto.

Lina: Tá boa a coquinha, seu moço?
Peixoto (começa a cantar): Tu és... bonita e carinhosa, estátua majestosa... do amoooor, por Deus esculturadaaa......
Lina (baixando os olhos): Ói, moço...

Lana: Ah, lá, tá vendo, tá vendo? Família de comedor, Antenor!
Antenor: Tá tá tá tá (impaciente).
Salustião Porreirinha se aproxima de Lana Slutz.

Salustião Porreirinha: Quer ver minha coleção dos livros de Nietzche lá em casa?
Lana: Que lindo! Sempre quis ver uma coleção dessas?!
Salustião: Agora que a porca torce o rabo! Dona Gerda, salta dois eisbeins afrodisíacos no capricho!!!
Antenor: Eita!

Mas eis que então...

Lena: E aí, mina, tem jeito essa mixaria?
Giselda: Só se rolar um dog.
Lena: Dog? Que mané dog?
Giselda: Um cão.
Lena: Cualequié, mulé, tá me tirando como lóque?
Giselda: Não tem as manha?

Nesse momento, Peixoto pára de cantar.

Peixoto (se levantando e olhando para Giselda): Ah, o amor da minha namorada por animais...
Lina: Ãhn????
Peixoto: Giseldinha tem uma preferência especial por cavalinhos, né mô?
Lina: Abluéééééééééé...

Salustião Porreirinha: Ah, esse eisbein que não vem!!!!!

Porém Antenor irrompe da cozinha:

Antenor (gritando, desesperado): Dona Gerda sumiu!!!!!!!
Salustião Porreirinha: O quê?
Lana: Não pode ser!
Lena: Um cão?!
Giselda: Gerda? Quem é Dona Gerda?
Freguês novato desavisado: Tira a mão da minha bunda!
Lina (chorando): Eu quero a Dona Gerda...
Giselda (de novo): Mas eu quero um cachorro!
Lana: Cacetilda... agora é que vou ter de usar a berinjela mesmo!
Salustião Porreirinha: Mais uma na mão...

Cenas dos próximos capítulos

Nico, o porteiro: Olá!
Salustião Porreirinha: Tudo é uma armação internacional para roubar a fórmula do eisbein afrodisíaco do nosso país!!!
Peixoto (desesperado): Alguém viu a minha Giseldinha por aí?
Lana: Mas que porra... por que tantos cachorros, Lena?
Lina: Ai que calor... vamos embora?

24 de julho de 2006

Pequeno Interludio em Lá Menor

Antenor estava preocupado. Muito preocupado. Já eram sete e meia da noite e a panela de eisben afrodisíaco ainda não havia saído da cozinha de Dona Gerda. Os habituées já estavam ficando preocupados e as garçonetes russas, bêbadas e desinibidas já estavam ficando constrangidas. Aliás, não só Dona Gerda não tinha preparado o eisbein, como nem tinha aparecido na cozinha hoje. Clima de tensão no ar.

Só Salustião Porreirinha parecia ter alguma opinião sobre o assunto:

Antenor: Cadê a Dona Gerda, Porreirinha?
Salustião: Tá dando!
Antenor: Aié? Pra quem?
Salustião (bocejando): Pro Nico.
Antenor: Eita!

19 de julho de 2006

Pensamento perdido de Salustião Porreirinha

Beethoven morreu surdo; Jorge Luis Borges, cego; Senna, num acidente de carro. E eu, como morrerei?

Antenor: CALA A BOC... Eita! Não é que a pergunta é boa?...

Um tema musical

A Bruxa Vem Aí (Manoel Ferreira - Ruth Amaral)

Ai, a bruxa vem aí
e não vem sozinha,
vem na base do saci

Ai, a bruxa vem aí
e não vem sozinha,
vem na base do saci

Pula, Pula, Pula
Numa perna só
vem mandando brasa
no cachimbo da vovó

Pula, Pula, Pula
Numa perna só
vem mandando brasa
no cachimbo da vovó

Ai, a bruxa vem aí
e não vem sozinha,
vem na base do saci

Ai, a bruxa vem aí
e não vem sozinha,
vem na base do saci

18 de julho de 2006

Papinho besta - Pt 1

Lana Slutz: ai ai
Salustião Porreirinha: tá com dor de amor?
Lana Sluts: tô não
Salustião Porreirinha: tá com dor de cotovelo?
Lana Slutz: tô não
Salustião Porreirinha: tá com dor de dente?
Lana Slutz: tô não
Salustião Porreirinha (todo dengosinho): então quê qui tu tem?
Lana Slutz: nada não
Antenor: eita!

17 de julho de 2006

Agora que a porca torce o rabo! Eita 4!!!

Após o tumulto das seqüências anteriores, a normalidade (ou quase) volta ao Schopenhaus.

Lana: Ô Antenor, não entra homem nesse bar não?
Antenor: Claro que entra. É que nenhum abriu a porta ainda.
Lana: É fogo na barra da saia! Se eu não sair daqui com um macho hoje a cobra vai fumar, é uma gestahlt pré-colombiana apócrifa da segunda divisão! Ai, que eu tô cozida!
Antenor: Tá com crise de abstinência? Virge! Então hoje não te sirvo o eisbein afrodisíaco. Ontem você mandou três pra dentro... o coitado que saiu com você teve de dar vinte e quatro sem dobrar o joelho!!!
Salustião Porreirinha: Mais respeito com o porco, que tem quatro joelhos e dá 32 sem dobrar... ó porco, ser supremo da fecundidade! O preço da eternidade é a eterna suculência!
Lina: Tá chato aqui dentro... vamos embora?
Lana: Peraí que a sua irmã tá arrumando a janta dela.
Lina (olhando para Peixoto, desoladamente sentado no chão): Coitadinho daquele homem... tá tão tristinho...
Lana: Porque você não consola ele, criatura?
Lina: É mesmo, né? Vou levar uma coquinha pra ele! Seu Antenor, dá uma coquinha pra mim, por favor!
Antenor: Da branca ou da preta?
Lina: Hein?
Lana põe as mãos na cabeça. É fogo na barra da saia!

Lina pega a garrafa de coquinha, coloca meticulosamente um canudo cor de rosa e caminha na direção do Peixoto.

Lina (se agachando): Moço, quer uma coquinha? Tá um calor aqui dentro!

Peixoto pega a garrafa e começa a sugar pelo canudo, olhando graciosamente para Lina.

Lana: Olha lá Antenor, olha lá! Tá no sangue da família, Antenor, hahaha!
Antenor: Isso não vai acabar bem...

Enquanto isso, Lena continua com sua abordagem agressiva sobre Giselda, a atuária.

Lena: Nossa, mina, tô pirando o cabeção no teu movimento!
Giselda: Mas que movimento? Tô sentada aqui há um tempão!
Lena: Seu senso de humor me deixa louca, tá ligads?
Antenor: Eita!

E Lina está refrescando as dores de Peixoto com a sua coquinha.

Lina: Tá boa a coquinha, moço?
Peixoto: Sabe que você me fez pensar que a sociedade ainda tem salvação? Que ainda há boas pessoas no mundo?
Lina: Óia moço... não me deixa envergonhada...
Peixoto larga a garrafa e pega nas mãos de Lina.
Peixoto (olhando fixamente nos olhos de Lina): Seu coração é um lago de pureza em oceano de ódio, ambição e cobiça! Permita-me perguntar seu nome, ó anjo celeste perdido entre os homens!
Lina: Ói moço...

Lana (olhando ao redor do bar): Bom, as duas estão arrumando as suas jantas... agora, falta eu!

14 de julho de 2006

É agora que a porca torce o rabo! Eita 3!!!

Do outro lado do bar, Salustião Porreirinha está debruçado sobre a mesa, escrevendo furiosamente em seu bloco de notas.

Salustião Porreirinha (falando alto, porém para si mesmo): É claro, afinal as constelações são desenhos oníricos representando a frustração do homem... daí não haver nenhuma constelação representando o porco, porque o porco é a suprema realização do homem enquanto predador! Vai daí que...
Cliente sentado perto de Salustião (gritando): Cala a boca, porra!!!!
Salustião Porreirinha: Hã? Quem, eu? Hmmmmmm... veja bem...
O cliente sentado perto de Salustião se levanta e dá uma porrada na cara do filósofo, que tromba com Peixoto, fazendo-o cair novamente.

Salustião Porreirinha (arrumando o cabelo): Ei, o que o senhor está fazendo aqui?
Peixoto: Estou defendendo minha honra, e a honra da mulher que eu amo!

Salustião Porreirinha olha para a mesa e vê Lena acariciando a mão de Giselda, a atuária. Ele então se levanta e pega o violão, chega perto da mesa e começa a cantar:

Salustião Porreirinha (cantando como Francisco Alves, violão no peito, olhinhos fechados, a cabeça inclinada e fazendo beicinho): Minha vida.... era um páaaaaaaaaaaaaaaalco ilumiiiiiiiiiiinado... E eu vestido de doirado.... palhaço das perdidas ilusões...

Lena e Giselda se entreolham, Peixoto começa a bater o pezinho.

Salustião Porreirinha (agora rodopiando ao redor da mesa): Cheio dos guizos falsos da alegria... Eu vivia cantando a minha fantasia... Entre as palmas febris dos corações...

Antenor começa a se lembrar dos velhos tempos de Exército e da primeira vez em que pôs as mãos nos peitos de D. Etelvina.

Salustião Porreirinha (dançando por todo o bar, cantando a plenos pulmões): Meu barracão... lá no morro do Sáaaaaaaaaaaaaaaaaalgueiiiiiiiiiiiiiiiiiiro... Tinha o cantar alegre de um viveiro... Foste a sonoridade que acabou....

Uma lágrima escorre do cliente que porrou o filósofo há pouco.

Salustião Porreirinha (de joelhos frente a Lena e Giselda): E hoooooooje quando do sol a claridade.... Forra meu barracão sinto saudade.... Da mulher... pomba rola que voou...

Lana: Rola????
Lina: Ai que calor!

Agora Stolichnikaya, Smirnoff e Baikal estão dançando completamente bêbadas ao redor de Salustião Porreirinha, que canta: Nossas rooooooupas comuns dependuradas..... Na corda qual bandeiras agitadas....... Parecia um estranho festivaaaaaaaaaaaaaaallllll...

As garçonetes russas, bêbadas e desinibidas começam a escorrer languidamente por entre as mesas, acariciando os fregueses em estranhos movimentos etílicos, aprendidos durante um estágio no bar Pravda, em Vladivostok.

Salustião Porreirinha (quase encostando seu rosto em Lena e Giselda): Tu pisavas nos astros distraída... A mostrar que a aventura desta vida...... É a cabrocha, o luar e o violão.......

Lena e Giselda (socando simultaneamente Salustião Porreirinha, que vai cair do outro lado do bar): CALA A BOCA, PORRA!!!!!!!
Antenor: Eita!

13 de julho de 2006

Uma pausa para os nossos comerciais

Cenário florido, três menininhas saltitantes entram em cena, vestidas com saia de colegial e tranças no cabelo, cantando:

Sandálias Fofurinha (close no rosto das três)
Vem junto com calcinha (mostra as três dançando)
Para deixar você bonitinha (as três fazendo beicinho)
E a sua bunda, rechonchudinha (foco no popô delas, vai logo, ô câmera lerdo!!!)


Análise de Salustião Porreirinha, filósofo formado pela FFLCH:

- Hã hum, veja bem, a exibição da mulher enquanto apelo de venda vem da herança machista que é consequência cultural produto da sociedade colonial, visto que as forças do mundo sempre começam com o artigo o, comprovando que -

Nesse momento Antenor dá um tapa no filósofo, jogando-o longe:

- Cala a boca, porra!!!!!

É agora que a porca torce o rabo! Eita 2!

Giselda: Peixoto, aquelas mulheres tão olhando estranho pra gente...
Peixoto: Que nada, não tem mulher nenhuma, vem cá, segura aqui meu passe-partout.
Giselda: Não, Peixoto, é sério, será que a gente tá fazendo alguma coisa errada?
Peixoto: Que mulher o quê, a gente veio aqui pra quê? Pra dar um pega macaco, uma agarrada, um sapo-seco, um vem-cá-minha-nêga, meu telecoteco, meu balacobaco ou pra se fazer de come-dormes desmilingüidos?
Giselda: Hein?
Peixoto: Nada não. Me vê uma daquela forte, meu camarada.
Antenor: Eita!

Lena Slutz não aguenta. É agora que a vaca vai pro brejo. Levanta-se em direção ao casal.

Lena: Hoje é dia de pomarola!
Lana: Tô menstruada!
Antenor: Eita!

Lena caminha malemolentemente em direção de Giselda. Chega perto da mesa e olha para ela como Humphrey Bogart em Casablanca.

Lena: uau, uau, uau... mas que piteuzinho temos aqui!
Peixoto (voltando-se de surpresa para Lena): Hã?

Lena empurra Peixoto da cadeira, que cai no chão. Ela senta-se no lugar dele.

Lena: Então gata... pirei no seu movimento, tá ligads?
Giselda: Que movimento? Eu estou sentada há um tempão...
Lena: É isso aí mina, esse é o lance... e aí, corpão, hein?
Peixoto (se levantando): Eu realmente gostaria que a senhora se levantasse do meu lugar, por favor. Eu não gostaria de ficar enfurecido com a senhora.

Lena estica o braço e empurra Peixoto, que cai no chão novamente.

Giselda: Por favor, não jogue mais o meu Peixotinho no chão!
Lena: Então vamos pro banheiro que eu te mostro o Peixotão, vem!

Lana: Essa é a minha irmã... senta a pua, Lenão!
Lina: Ai, que calor!
Antenor: Eita!

É agora que a porca torce o rabo! Eita!!!

As três irmãs Slutz estão de costas para a porta do Schopenhaus, a cabeça apoiada nas mãos e os cotovelos no balcão.

Lana: Tá faltando homem nesse bar. Me dá uma vodka que hoje eu só vou pra casa com macho!
Lena: Antenor, desce uma daquela que matou o guarda! Com chorinho hein?
Lina: Que calor! Seu Antenor, me dá uma coquinha?
Lena: Coca preta, hein Antenor!Hahahahahahaha!
Antenor: Eita!

A porta do Schopenhaus se abre e entram Peixoto e Giselda, a atuária.

Antenor (gritando do balcão): Sejam bem-vindos!

As irmãs se viram, menos Lina, que está procurando por canudo para colocar na sua garrafa de coquinha.

Lana: Credo! Que homem horrível!
Lena: Que mulherão, caceta! Essa é mulher pra mais de mês!

As duas ficam em silêncio por um tempo, olhando para Lina, que está tomando sua coquinha toda felizinha.

Lana: Mas é por isso que não arruma homem mesmo!
Lena: Seu problema é que você nunca colou velcro! Vai ser devagar assim no programa do Ronnie Von!
Lina: Hã? Quem eu? Hmmmmm... veja bem... que calor!
Antenor: Esse calor... até eu sei de onde vem!
Lena: Olha como fala com minha irmã, senão eu te capoto no soco! Ela curte um bombrilzinho, ta ligado?
Lana: Esse cara é muito feio... mas se continuar assim, é com ele mesmo!
Antenor: Eita!
Lena: Esse cara não é páreo pra mim... furo os olhos dele fácil com meu bailado... essa mina é demais.. Meu Deus, que óculos!!!!!
Lina: Seu Antenor, tem um limãozinho pra colocar na minha coquinha?

Peixoto é levado pelo trio de garçonetes russas, bêbadas e desinibidas para o banheiro.

Lena: É agora! Essa mina é my name... é agora que eu vou mandar brasa!

Giselda, a Atuária

- Peixoto, vamo no tal do Schopenhaus hoje? Tem nome de lugar chique e eu tô louca pra estrear meu vestido novo, aquele, de bolinhas cor de avelã!
Peixoto riu e desencanou. Desde que começou a namorar Giselda já tinha se acostumado com esses rompantes da moça. Desistiu de tentar entendê-la no dia em que perguntou o que a moça fazia da vida.
- Sou atuária – disse.
Atuária. Beleza. Melhor não perguntar o que é atuária, pra não passar por ignorante. Deve ter alguma coisa a ver com química, sei lá. Até porque sempre tinham uns sacos com uns pós de cores estranhas no carro dela. Tava na cara que era química. Melhor não perguntar.
Noite de terça no Schopenhaus é sempre assim. Vazio pacas. Melhor assim, pois o atendimento fica melhor. Na verdade o Schopenhaus não é bem um lugar pra se levar a namorada, especialmente se esta for dada a estremiliques e ciúmes. Afinal, Stolichnaya, Smirnoff e Baikal, as garçonetes russas, bêbadas e desinibidíssimas do lugar tendem a ficar mais desinibidas (e mais bêbadas) quando aparece homem acompanhado.
Aparentemente Giselda, a atuária, não era de chiliques. Tanto que nem deu pela presença das beldades soviéticas quase peladas que pululavam entre as mesas. Bêbadas, derrubaram parte do supremo Eisbein (com E maiúsculo) Afrodisíaco da casa nas calças de Peixoto e, desinibidas como elas só, levaram as calças pra lavar no banheiro - com o Peixoto dentro, claro. Mesmo assim Giselda nem tchuns. Não ia passar a impressão de que era uma mulher descontrolada. Afinal, era uma atuária de respeito. Afinal, o local não estava vazio – haviam aquelas três mulheres lá do outro lado, olhando estranhamente para eles… será que eles não estavam se comportando bem em sociedade?

O Mundo como o conhecemos

Press release do Schopenhaus

Feito por Mara Porpeta, ex-camelô, ex-estrela da Rudolf e agora assessora de imprensa

O Schopenhaus é um bar bem localizado, mal-falado e bem afamado nas bocas quentes e úmidas, nos seios túrgidos e saltitantes da fina flor da societé paulistana. Conhecido internacionalmente por seu atendimento vip, proporcionado por Stolichnaya, Smirnoff e Baikal, suas garçonetes russas bêbadas e desinibidas e por suas fartas porções de tremoço à milanesa, está no guia inglês Where is That Shit in Brazil desde sua primeira edição, em 1973.

Como lá a libido e a sem-vergonhice são desenfreadas, é de se esperar que haja, eventualmente, alguma treta no local, movida ou pelo excesso de álcool ou pela falta dele. Como as garçonetes estão sempre bêbadas mesmo, as porções alcoólicas são um esmero de choro, são torrentes de lágrimas alcoólicas. É claro que o atendimento é meio lento às vezes, e os cotovelos grudam no balcão, mas, afinal, o bom sexo é meio assim também.

Nunca tumultuado e às vezes meio vazio, o Schopenhaus nunca fechou as portas desde que foi inaugurado. Dizem que suas panelas nunca foram lavadas, o que, de acordo com a lenda, garante um sabor único aos pratos servidos, como o Eisbein Afrodisíaco – quem come garante que dá oito sem dobrar o eisbein.

Aliás, o porco tem um lugar todo especial no Schopenhaus. Um dos seus mais famosos habituées, o filósofo contemporâneo Salustião Porreirinha, concebeu a sua famosa teoria sobre o mundo após degustar o Eisbein do Schopenhaus. Com a palavra, o próprio Salustião Porreirinha: “Após comer o segundo eisbein da noite, a coisa tava dura e ansiosa... ao ver as garçonetes russas, que aquela estavam mais do que bêbadas e, por isso, bem além de desinibidas, a coisa ficou ainda mais dura e ansiosa... mas sou solteiro, porque o sexo desvia o intelecto do filósofo para questões inferiores, portanto, todo aquele jorro que deveria sair de uma cabeça subiu para a outra, e foi assim que surgiu o célebre axioma: O mundo é uma bisteca!”

12 de julho de 2006

E viva o porco!

Ontem fui ao Shopenhaus. Me disseram: vai lá, rapaz, lá tem um Paprika Schnitzel que é de dobrar o eisbein. Como nada nessa vida é por acaso e eu já curto a culinária alemã, pensei – é hoje que eu vou chamar Wolkswagen de meu louro! De cara, recepcionado por garçonetes russas bêbadas e extremamente desinibidas, já comecei a mandar brasa na língua mãe de Schopenhauer, filósofo, aliás, de quem não conheço nada, mas invento pacas nas baladas. Mulher adora um intelectual.
- Gestahlt! Dobermann! Rottweiler! Meine mutter und meine füther ich bihn weissfüden – já mandando o xaveco na mulherada. Mas eu não sabia: Stolichnaya, Smirnoff e Baikal, as garçonetes bêbadas, russas e desinibidas do lugar, não só não entendiam nada de alemão como estavam tão bêbadas e desinibidas que nem de russo estavam entendendo mais nada. Passei a régua: Seu Antenor! Desce um Schnitzel e uma garrafa de Absolut no gelo que eu vou pra linguagem do corpo! E viva o porco!

Por Vanderley Sacramento da Rocha - Manuscritos de Porta de Banheiro - Ed. Schopenhaus

O segredo do sucesso do Schopenhaus

EISBEIN

INGREDIENTES:
1 joelho de porco
2 dentes de alho cortado em 2 pedaços
1 colher de chá de sal
1 colher de sopa de colorífico
1/4 de colher de chá de pimenta-do-reino
1 folha de louro
2 colheres de sopa de salsinha picada
1 colher de sopa de cebolinha verde picada
1 cebola média cortada em 4

MODO DE PREPARO:
Tudo numa panela, cubra com água. Tampe a panela e leve ao fogo forte até ferver. Abaixe o fogo e cozinhe até que a carne esteja macia. A carne deve ser mantida no caldo até a hora de servir, quando deve ser requentado. Sirva com chucrute e batatas pequenas cozidas com casca.

11 de julho de 2006

10 de julho de 2006

O porco como verdade e representação

"45 minutos de orgasmo", pensa Antenor enquanto passa o pano no balcão, olhando para o prato na mesa à frente. O bar está vazio, são cinco da tarde ainda. É o seu primeiro dia de trabalho.

Militar reformado do Exército, Antenor assistia televisão e jogava porrinha com os amigos até que um dia, inconformada, Dona Etelvina se mandou pra Brasília. "Isso não é pensão para quem defendeu o Brasil", dizia Dona Etelvina, e de tanto repetir o bordão - que estava fazendo a fama do casal na Vila Nhocuné -, ela resolveu se juntar ao protesto das esposas de militares por aumento no soldo.

Aquilo foi uma vergonha para Antenor. Para ele, lugar de mulher era na cozinha, ainda mais de militar. Ressabiado ele permitiu que Dona Etelvina fosse visitar uns parentes em Córrego do Bananal, interior de Minas. Mas quando viu Dona Etelvina segurando cartazes e gritando em frente ao Palácio do Planalto, ficou revoltado e envergonhado.

- Isso é que não! - bradou, e resolveu procurar um emprego.

Mas o mundo é cruel com quem tem mais de 40 anos. Comprou o Guia dos Empregos, lia com avidez os classificados do Estadão, e até comprou aquele jornaleco de comunistazinhos para ver se achava alguma ocupação. Mas quando perguntavam sobre as suas habilidades, ele apenas pensava em cavalos, armas, munição, fardamento...

Embebido em sua obsessão por um emprego, descuidou-se da vida à sua volta: já não mais mandava brasa em Dona Etelvina, que arrumou um amante; sua filha tornou-se a mais requisitada na Rua Augusta, enquanto seu filho mais novo se estabelecia como o mais bem-sucedido gerente da boca de fumo do Marcola.

Antenor pediu emprego por 10 anos. E ouviu negativas por 15.

Então, convenceu-se de que era um imprestável, um inútil, um beócio, um pulha. E decidiu tomar coragem para beber até morrer. Entrou no primeiro bar que viu e pediu uma água tônica. Demorou 1 hora para ser atendido, embora o bar estivesse vazio. Quando finalmente o garçom veio trazer-lhe a bebida, ele soltou:

- Se eu fosse seu chefe, você já estaria demitido!

Foi aí que saiu um homem por detrás do balcão, velho decrépito, que disse:

- Repita se for homem.

"O que é uma briga com um velho para alguém que vai morrer com água tônica?", pensou Antenor e cheio de coragem, disse:

- É isso mesmo!

- Está contratado! - disse o velho. Despiu o garçom e ofereceu o uniforme para Antenor, que chorando, agradeceu o velho por 2 horas por ter salvado a sua vida.

"45 minutos de orgasmo", pensa Antenor. Um lágrima escorre pelos olhos, entorpecidos pela lembrança. Tudo isso ocorreu há 5 minutos, e Antenor ainda está rezando ao bom Deus por ter encontrado um emprego. "Um dia ainda terei dinheiro para comer desse Eisbein afrodisíaco", pensa. E, com o canto dos olhos, vê Stolichnaya, Smirnoff e Baikal - as garçonetes russas, bêbadas e desinibidas - entrar no bar, completamente bêbadas e desinibidas. "45 minutos de orgasmo", pensa Antenor. Uma lágrima cai no balcão.