2 de outubro de 2006

A Lenda do Melhor Eisbein do Mundo – Uma Fábula Eleitoral

Era uma linda manhã de outubro. Os pássaros piavam, as pedras pedravam, os tratores tratoravam, as baratas barateavam, Dona Gerda fumava unzinho e os eleitores votavam. Afinal, era dia de eleições.

Porém, no Schopenhaus...

Freguês sedento: Chefe, desce uma daquela que matou o guarda!
Outro freguês sedento: Caramba! Estou seco! Manda outra aí, capitão!
Mais um freguês sedento: Uma cervejinha e um tremoço, no capricho!
Lana Slutz: Até tremo com moço!
Antenor: Eita!!!!

Mas eis que então, pé ante pé, surgem na porta do Schopenhaus três fiscais furiosos, três fiscais irados, três fiscais furibundos. E eram: os três fiscais do TSE! Afinal, era dia de eleições.

Antenor: Meu Deeeeeeeeeeeeeus! Os Três Fiscais do TSE! Vamos gente, devolvendo o goró!
Epaminondas Prático: Hoje é lei seca! Não pode vender pinga, seus sacoleiros macabros, flibusteiros andróginos, burocratas de cemitério, escoteiros do inferno!
Heitor Mangaratuba: A regra é clara: Não pode vender goró em dia de eleição!
Cícero de Abreu : Eleitor bêbado só vota em ladrão! E tenho dito!
Lana Slutz: Cacetildes, eu estou vendo três porquinhos ou aquele diazepan desceu quadrado?
Homem Nu e Amnésico: Aspiurundub?

O braço forte da lei desce sobre o Schopenhaus.

Stolichnaya (arrancando o copo de um freguês sedento): Yavolt!
Baikal (fazendo um freguês sedento golfar um gole que já ia descendo faceiro pela garganta do insolente): Yavolt!
Sebastião Porreirinha (subindo na mesa): Vamos quebrar tudo!
Antenor (tirando a garrucha detrás do balcão): Vem com graça, vem!
Freguês sedento e desavisado: Tira a mão da minha bunda!
Smirnoff (dando uma machadada na mão de um freguês sedento e despeitado): Yavolt!

Epaminondas Prático: Não adianta esconder, seus tripanossomas desinxabidos! Nós já vimos tudo!
Heitor Mangaratuba: Imprudência! Tem de autuar!
Cícero de Abreu: Fechem o bar!
Fregueses sedentos e frustrados: Ablué.................

No entanto, os três fiscais do TSE não viram que Dona Gerda, tal e qual um agente secreto do Mossad, se esgueirava pelas paredes do Schopenhaus, com seu vestido verde-oliva, uma boina preta na cabeça e seus óculos de visão infra Raio-X noturna de longo alcance. E seu cachimbo de erva, claro.

Escaldada por mais de 30 eleições, Dona Gerda silenciosamente destrancou o antigo alçapão sob a porta de entrada do Schopenhaus ao mesmo tempo em que acendia o enorme caldeirão de água na cozinha.

Epaminondas Prático (aspirando): Que cheiro de maconha é esse????
Dona Gerda (avançando no meio do salão): Morram, morram, explodam, porcos do TSE! Eu já conheço suas artimanhas vis! Azáfama! – e, numa leveza, it, aplomb e nonchalance extraordinários para uma mulher de 130 quilos e mais de 100 anos, jogou, com um certeiro golpe de krav magá, os apalermados fiscais da nação para fora do bar.

Antenor: Eita! Rápido, antes que eles voltem! Os barris de chopp!!!!!

Em instantes a porta do Schopenhaus estava fechada por barris de chopp vazios, enquanto os fiscais do TSE tentavam entender o que estava acontecendo.

Antenor (gritando): Stolichnaya, Smirnoff, Baikal! Rápido, abram o barrilzinho de cachaça e passem a roda, agora é guerra!
Freguês sedento: Ai, que me dá até falta de ar!
Lena Slutz: Ôpa, passa a roda, minha filha! No cachimbo da vovó!
Sarajane: Vamos abrir a rodaaaaaaaa, enlarguecer!!!!!
Salustião Porreirinha: Cala essa boca!

Enquanto isso, no lado de fora do Schopenhaus...

Epaminondas Prático: Filhos de extra-terrestre manco! Pentelhos de Belzebu! Pituítas marcianos! Por mil bistecas! Isso é um acinte!!! Um rebuceteio! Vamos derrubar!
Cícero de Abreu: Ãhhhh... veja bem. Aquela não era a Dona Gerda Shnitzel?
Epaminondas Prático: Deixe de ser estúpido, todo mundo sabe que Gerda Schnitzel morreu há mais de 30 anos!
Heitor Mangaratuba (visivelmente apavorado): Eu não tenho tanta certeza... tenho uma idéia. Pensando bem, todo mundo lá dentro tá com cara que já votou. Vamos embora?
Epaminondas Prático: Nem pensar! Isso é uma afronta à nação pandeiro! Uma desonra à memória de Plínio Salgado! Vamos derrubar!!

Então os Três Fiscais do TSE assopraram, e assopraram, e assopraram, e nada de derrubar a barricada de barris que Dona Gerda erigiu. E então eles bateram, e bateram e bateram, e nada da barricada ceder. E aí eles pegaram uma britadeira. Porém não houve tempo hábil nem para ligar a britadeira: A porta do alçapão se abriu num estrondo, misturado à risada macabra de Dona Gerda. Num átimo, estavam dentro do caldeirão fervente, entre cebolas, rabanetes e grandes cabeças de alho, e assim, instantaneamente, morreram os Três Fiscais do TSE: Três Suínos Estúpidos!

Dessa maneira foi produzido e os fregueses se refestelaram no mais saboroso Eisbein já produzido nesta face da Terra. E todos viveram felizes para sempre.

Todos?

Nico, o porteiro (abraçando Dona Gerda por trás): Então, Gerdinha... um motelzinho pra comemorar?
Dona Gerda: Não posso, hoje eu tenho natação!

2 comentários:

Anônimo disse...

Anotaí: A Sarajane mandou dizer que quem a briu a rodinha foi o ACM! E Eisbein neles, que isso inda ee pouco praquele porco. Baiano burro nasce morto! Disse a dona Gerda, depois de duas braças e uma fumadinha.

Anônimo disse...

E há quem diga que nesse país não se fiscaliza nada!

Acho que por isso é uma fábula. Ou seria porque tem animais falantes?

Desejaria eu comer o eisbein feito com todos os porcos do congresso nacional. Daria tranquilamente 594839480 vezes sem dobrar o eisbein.