18 de agosto de 2006

Uma dúvida paira sobre o Schopenhaus

Freguês curioso: Cadê o dono desse bar?
Antenor: Porquê tu qué sabê?
Freguês curioso e impertinente: Não é o olho do dono que engorda o porco?
Antenor em dúvida: Uééééééééééééééééééééééé......
O homem nu solta um sorrisinho insolente.
Antenor em dúvida: Pelo menos, esse traste não é surdo...

11 de agosto de 2006

Dia Perfeito

10 de agosto de 2006

Mais um dia começa no Schopenhaus...

Dona Gerda achava que o mundo seria mais feliz se explodisse nessa manhã. Ressaca desgraçada! Começou a achar que estava velha demais pra essas coisas de sair à noite, badalar, pitar ervas estranhas, beber e fazer sexo selvagem com desconhecidos em estações de metrô. "Morra, morra, exploda", ela sussurrava entre dentes, enquanto caminhava para o Schopenhaus.

Nico, o porteiro: Bom dia, Gerdinha querida...
Dona Gerda (sem nem olhar para o rapaz); Bom dia? Por quê?
Antenor: E aí, Gerda, preparada pra mandar brasa no Eisbein hoje?
Gerda: Vou mandar brasa na sua mãe, desgraçado!
Antenor: Eita, poupa pelo menos a véia!
Nico, o porteiro: Magina! A veia já tá com 115 anos, se poupar ela, a gente fica sem! Tem de mandar brasa na Dona Gerda o mais rápido possível... antes que vá pra conta!
Lina Slutz: Pouparéla? Que é isso?
Antenor: Não era essa velha que eu estava falando...
Dona Gerda: O quê? Você me chamou de velha? Argh! Morra, morra, exploda!
Nico, o porteiro: Senta a pua, Dona Gerda... ah, quando ela tá fula é que a noite vai ser pequena... quem tiver de sapato não sobra!
Antenor: Como é????? Você tá mandando brasa no cachimbo da Dona Gerda????
Dona Gerda: Insolência! Infâmia! Azáfama! No meu cachimbo, só erva!
Nico, o porteiro: Essa alemãzona fumada, meu amigo... é uma divisão Panzer!
Antenor: Eita!
Dona Gerda: Velha é a coitada da sua mãe, com aqueles saltinhos da gazela!
Nico, o porteiro: Essa foi uma gerdada nos zóio!
Antenor: Mais respeito, Gerda, que mamãe tá no céu...
Dona Gerda: E daí? Quem luta Krav Magá bate em qualquer um, em qualquer lugar!
Nico, o porteiro: Crávi Magáiver? Eu curtia esse seriado!
Dona Gerda: E você fica quieto, senão sobra pra você também!
Nico, o porteiro: Glup!
Antenor: E você vai ter de me explicar essa história de mandar brasa na Dona Gerda, seu espertinho!

Entra Sebastião Porreirinha.

Sebastião Porreirinha: Bom dia pra todos!
Antenor, Dona Gerda e Nico, o porteiro: Bom dia por quê?????

4 de agosto de 2006

Grandes Idéias Empresariais do Capitalismo Moderno (mas que não deram certo)

Depois de anos de trabalho regular, com uma clientela fiel mas pouco movimento financeiramente falando, o Schopenhaus estava começando a dar um certo prejuízo para Epaminondas Carnegão, o altivo e sesquicentenário dono do estabelecimento.

Não que alguma vez em sua longa história o Schopenhaus tenha dado lucro, mas um certo prejuízo é mais que o prejuízo certo de sempre.

Epaminondas já tinha feito algumas mudanças sutis no serviço, como quando contratou Antenor para dar um Upgrade na casa (ver o primeiríssimo post), em substituição a Herivélton Trosoba, o antigo garçon que não atendia às mesas porque perdia tempo demais jogando porrinha com Dona Gerda na cozinha.

Epaminondas, ou Doutor Êpas, como era conhecido por quase todo mundo, tinha pessoalmente trazido de Nizhny Novgorod, capital de Nizhny Novgorod, na Rússia, as garçonetes Stolichnikaya, Smirnoff e Baikal, que na época, curiosamente, não eram tão bêbadas quanto hoje, mas já eram russas e bastante desinibidas.

Doutor Êpas pensou, com razão: garçonetes bonitas atraem marmanjos. Garçonetes russas entendem de goró. Garçonetes desinibidas que entendem de goró e atraem homens para o estabelecimento são legais.

É claro que, na prática, Stolichnikaya, Smirnoff e Baikal realmente atraem homens para o estabelecimento, e sua desinibição faz com que os caras até tomem umas ou outras, mas como o consumo do Eisbein Afrodisíaco provoca algumas reações mais descontroladas dos comensais e as meninas estão sempre bêbadas e desinibidas, mesmo, Antenor sempre acaba tendo que fazer uso de sua prática garrucha da época da guerra do Paraguai, o que, se não causa muito prejuízo, espanta fregueses pacas.

Vai daí que, certa manhã, durante uma relaxante aula de jiu jitsu, Dr Êpas, enquanto mordia a orelha de um cara com quem ele não tinha tomado sequer um café, teve uma idéia genial: desenvolver um serviço de entregas do magnífico Eisbein Afrodisíaco da Dona Gerda. O Schopenhaus Delivery!

Antenor: Delivery é facil, Dr Êpas. É só mandar brasa num motoqueiro e aumentar a produção do Eisbein.
Epaminondas: Hum.
Antenor: É na batata, e motoqueiro eu tenho um sobrinho meu que já tem moto e tudo!
Epaminondas: O que você acha, homem amnésico?
Homem Nu e Amnésico: Sei lá.
Epaminondas: Hum.

Curiosamente a história de sucesso do Schopenhaus Delivery não se tornou uma história de sucesso, na verdade quase não se torna uma história. Primeiro, porque o Eisbein Afrodisíaco derretia as embalagens de isopor onde era acondicionado. Outro fator para o retumbante fracasso é que o aroma inconfundível da requintada iguaria provocava ereções em todos os homens numa área de 100 metros de onde estava se consumindo, ou se consumando, a refeição, o que causou muito acidentes de trânsito e muita vergonha, além de alguns beliscões e um parto prematuro na frente da igreja. O último, mas não menos importante fato: as placas de trânsito não são em Braille.

Leitor do blog: Mas que porra isso tem a ver?
Blogueiro insano: Isso o quê, gente fina?
Leitor do blog: Esse troço das placas de trânsito não serem em Braille.
Blogueiro insano: Ah, é porquê o motoqueiro do Schopenhaus era cego.

Ninguém entendeu como um motoqueiro podia ser cego e motoqueiro, com carteira de motorista, moto e tudo. Romildo Ronaldo dizia que era fácil, dirigia pelo tato.

Romildo: Xá comigo, que eu conheço a cidade como a palma da minha mão!

Pelo visto conhecia muito mal a palma da própria mão. Entregou o primeiro Eisbein (que seria para Salustião Porreirinha, que estava de cama em casa com falta de inspiração) no convento das irmãs Maristas de Cotia, provocando a primeira cisão na igreja católica do século XXI, e o maior desde a Reforma, em 1532. Enquanto as irmãs, já livres dos seus hábitos, corriam peladas pra todos os lados e agarrando a outrora pacata e agora assustadíssima população masculina de Cotia, Romildo Ronaldo fazia o que sempre fazia nessas ocasiões, quando ouvia tudo mas não entendia nada: deu de ombros e foi pra próxima entrega.

3 de agosto de 2006

Sei Lá!

Lina (fechando os olhos): Ah! Valha-me Deus que é mais maior!
Lana: Uau, que pupunhão!
Sebastião Porreirinha: Mata que isso morde, mata, mata!
Freguês desavisado: Porra, tira a mão da minha bunda!
Peixoto (desolado): Carambolas! Não sabia que tinha tão grande...
Giselda: Hmmmm... interessante...

Antenor, que estava de costas para a porta, se volta para o balcão e vê o homem entrar nu dentro do bar.

Antenor: Ah, isso é que não! Sai andando, cavalheiro, antes que eu ponha minha garrucha para funcionar.

Mas o homem apenas prossegue na direção da banqueta no canto do balcão, colada à parede.

Lena(para o homem): Aí, velhusco, tu tá dando cambalhota nas idéia?

Impassível, o homem se senta na banqueta, o olhar perdido. O bar volta à normalidade.

Antenor: Ta bão, tá bão... se for ficar quieto aí, eu deixo. Mas se o negócio subir, aí a gente abaixa ele no tiro, tá me entendendo?

Silêncio.

Antenor: Assim tá bão. Vai beber o quê?
Homem: Sei lá.
Antenor: Eita, tá me tirando barato?

Silêncio.

Antenor: E aí, qual é o seu nome?
Homem: Sei lá.
Antenor: Agora acabou as paciência!
Lana: Deixa comigo, eu arranco tudo dos homens... (se aproxima do homem) E aí, meu coioiózinho, qual é a tua graça?

Silêncio. Antenor olha desconfiado para a aproximação de Lena junto ao homem, a garrucha na mão escondida atrás do balcão para o caso de alguma coisa indesejável se levantar.

Lana (ronronante): Hmmm... adoro homem misterioso... vamos ferver lá em casa, vem...?
Homem: Sei lá.
Lana: Hmmmmm... que dificinho... adoro homem que fala sei lá.

Como não é mulher de se deixar empanzinar por homem difícil, Lana Slutz começa a sua já internacionalmente conhecida Dança do Ventre de Cócoras sobre o Dardo do Amor, que já provocou mais estragos sobre os homens que a vitimaram que o Maluf nas contas públicas. Antenor, que já tinha visto a famosa dança mais de cem vezes, ainda assim teve que conter uma gotinha de suor que insistentemente insistia em descer gelada pela sua coluna cervical. Estava na cara que o peladão ia levar chumbo!

Lana: E aí, gato, vai ser ou tá difícil essa mixaria?
Homem (suando): Sei lá.
Antenor: Eita! Se o homem resistiu à Dança (assim, com maiúscula, porque era A Dança, e não uma dança qualquer) é porque ou é boiola ou está com amnésia!

1 de agosto de 2006

Introdução a Totonho Lemgruber

Totonho (já bem alcoolizado): Pois é, loirinha (hic), eu sou psicólogo, manja? Tá ligads? Fróid, Iúngui, Burle Marx?
Stolichnaya (como sempre, bêbada e desinibida): Yavolt! Hic!
Totonho: Porque esse lance de cabeça é assim, manja? Hic! Tipo assim, gata… eu não tô olhando os seus seios túrgidos (hic) agora, saca? Tô olhando a tua alma!
Antenor (brandindo o facão de destrinchar o eisbein): Eita! Então tira a mão do peito dela, enquanto você tem uma! Alma é o cacete!
Totonho (desmalocando o flagrante): Ãh… alguém tem um baralhinho aí?

Sebastião Porreirinha: (olhando desconfiado para Totonho Lemgruber): Quem é esse gordo querendo tirar chinfra de intelectual? Aqui só tem eu, porra...
Totonho (falando para Sebastião Porreirinha): Ô do bigodinho engraçado, tem um baralhinho aí? Vamo trinchá um buraquinho?
Sebastião Porreirinha: Engraçado é a porpeta da senhora sua...
Antenor (aproximando o facão de Sebastião): Cume quié????
Freguês desavisado: Minha bunda!
Figueira: My name!
Antenor: Figueira! Você por aqui?
Figueira: Eu tava indo lá no buraco do querosene, mas o carro quebrou aqui na frente, aquela caraia!
Lana Slutz: Caraia? Onde?
Figueira: Mas venta, aqui, hein? Quem é essa jumenta, essa barranca?
Antenor: É freguesa antiga. Vai uma marvada, que matou o guarda, da reserva especial dos amigos?
Figueira: Ai, que me arrepiou todinho!
Totonho Lemgruber: E o (hic) baralhinho, alguém tem?

Cão! Cão! Cão!

Enquanto passava pela centésima vez o mesmo pano sujo no mesmo canto sujo do balcão, feliz e lembrando de seus dias no bravo exército brasileiro com nenhuma saudade, Antenor repentinamente viu algo que achava que não iria ver nunca nessa vida, ou até em outra, talvez.

Lena Slutz entrava ofegante, com mais de dez cachorros, de todas as raças e tamanhos, de todos os tipos de pelagem, peso e pedigree, e espalhando aquela inconfundível catinga de cachorro molhado pelo ambiente.

Lena (para Giselda, a Atuária): Taí, nêga, trouxe um catálogo de dog pra você escolher um. Hoje a vaca vai pro brejo, a cobra vai fumar! Hoje é dia de pomarola!
Antenor: Eita! Que catzo é isso?
Lana (desavisada): Catzo? Onde?
Giselda (colocando os óculos): Xovê aqui… Rex, Rex!
Lena: Meu Deeeeeeeeus!!!! Que óculos!
Peixoto (mais desavisado que Lana Slutz): Ah, o amor da minha Seldinha por animais me comove... Lembra daquele cavalo lá em Amparo, meu amô? Você até dormiu junto com ele dois dias, de tanto que você gostou dele...
Lina (para Giselda): Leva eu pra ver seu cavalinho?
Giselda (mandando beijinho para o Peixoto e falando para Lina): Cala essa boca!

Apesar dos protestos de Antenor, dos chiliques de Salustião Porreirinha, inconformado com aquela invasão (Cães sarnentos!!! Antes fosse um poético porco, com quatro Eisbeins!!!) e até da tentativa de um banho de óleo fervendo que veio da cozinha de Dona Gerda e que, felizmente, não acertou ninguém, Giselda colocou-se a determinar qual dos simpáticos totós seria o escolhido.

Peixoto (otário completo): Olha, Seldinha, que fofucho esse Pincher!
Giselda: Pincher não, Xôtinho... Pincher é muito miudinho! Tô pensando nesse São Bernardo, aqui... mas vai ter que dar uma tosada nele!
Antenor: Eita!

E eis que então entra Digby – O maior cão do mundo!!!!!


Todos: Uau!

Lana: Que Sebastião Porreirinha que nada! Eu quero Digby!
Giselda (olhando com os olhos arregalados para o enorme cão): Lena? É esse.
Lina: Óia que grandão!
Freguês desavisado: Tira a mão da minha bunda!
Lena: Pruta que lariu! Agora eu quero ver! Vem bichinho, vem!
Sebastião Porreirinha: Não deixa ele cagar em cima de mim!
Digby: Au au!
Antenor: Dona Gerda, senta a pua no eisbein que hoje vai ser brasa no cachimbo da vovó!
Dona Gerda: Eita!