13 de novembro de 2006


Orgulhosamente apresentando...








o encantador de multidões!

No capítulo anterior nosso cantor favorito, esmerdeado, putíssimo das calças e humilhado em sua honra resolve topar uma apresentação num bar – contra todas as expectativas. É em sua limusine cravejada de esmeraldas da Lituânia que ele se encontra agora. Nesse meio tempo, começam os trabalhos para recepcionar a maior garganta que esse país já produziu.


Dr. Êpa (excitadíssimo): Negada, agora vocês vão ver do que são feitos os homens! Chamei o maior cantor do universo pra cantar aqui no Schopenhaus hoje e o homem topou!
Antenor: Eita!
Dr. Êpa: Vamo lá todo mundo, eu quero placas, faixas, quero tudo, hoje a gente lota essa bagaça!
Salustião Porreirinha: Eu nem acredito que vamos ter um show desse calibre aqui!
Lana Slutz: Finalmente vou dar pra um mega-star!
Dr. Êpa: Rápido, porra!

Então, em ritmo alucinado, nossos heróis começam a preparar as faixas, cartazes e preparar o velho palco desmontável. Stolichnaya, Smirnoff e Baikal, as garçonetes russas, bêbadas e desinibidas que não entendem português, não sacaram o que estava acontecendo, mas como eram bêbadas e desinibidas, viram que era festa. E dá-lhe vodka!

Fiori Gigliotti (diretamente do céu): E o tempo paaaaaaaaaassa!

10 horas

Antenor pinta o nome do ídolo numa enorme faixa feita de sacos de farinha grampeados uns nos outros.

11 horas

Dona Gerda enche o cachimbo de erva e começa a preparar o eisbein afrodisíaco, em doses homéricas.

Meio-dia

Cauby Peixoto (para o chofer): Gregory, meu caro, você tem certeza que esse endereço existe?
Gregory: É fim, fenhor. Eu fi no guia de Fão Paulo.
Cauby Peixoto (abrindo uma garrafa de Chatêau Petrus safra 1974, presente de François Miterrand): Mas vai devagar, Gregory, que eu quero degustar essa iguaria...
Gregory (calmíssimo): Cuidado com a lombada, fenhor.
Cauby Peixoto (ensopado): Caralho, Gregory!

13 horas

Dr. Epa se olha ao espelho e sorri: “Você ainda vai conquistar o mundo, gênio supremo!”

14 horas

Lana Slutz imerge em sua banheira, na qual ficará até anoitecer, se preparando para aprisionar o cantor em seus domínios de sedução e luxúria.

15 horas

Salustião Porreirinha, filósofo contemporâneo, trabalha febrilmente em sua “Ode ao Garganta de Veludo”, odisséia em setecentos e noventa e sete versos dodecassílabos que pretende declamar se a noite permitir.

16 horas

Cauby Peixoto: Esse lugar não está me parecendo com cara de ter um bar, Gregory.
Gregory (suando frio): Não se preocupe, fenhor. Está tudo fob contrgole.
Cauby Peixoto: Acho bom, Gregory, porque esses jovens estão com um olhar hostil para nós...

17 horas

Dr. Epa: E aí, cambada, tudo pronto?
Todos: Sim senhor!
Antenor: Ele nunca esquecerá nossa recepção, senhor.
Salustião: Fiz até uma ode, comparando-o com uma nuvem...
D. Gerda: Fiz 15 mil toneladas de Eisbein.
Lena Slutz: E a Lana já completou 8 horas na banheira...
Nico, o porteiro: Nossa, vai virar uva passa...
Dr. Epa: E você, Nico?
Nico, o Porteiro: Já passei meu uniforme novo, senhor!
Dr. Epa: Muito bom! Subam as faixas!

E as faixas subiram...

Dr. Epa: Um viva ao Biafra????????????? Pútis grila!

17:05

Gregory: Acho que é aqui, fenhor.
Cauby Peixoto: Schos... Schup... Schupam... caralho, como se fala o nome dessa espelunca?
Gregory: Xopingaus, fenhor.

Nenhum comentário: