16 de novembro de 2006

Como é cruel cantar assim – uma novela em capítulos!


Com o maior encantador de multidões deste país...




Enquanto o nosso ídolo rodava a cidade em busca do local de sua apresentação, o pessoal do Schopenhaus sentava a pua nos preparativos para a grande noite. É nesse ponto em que começa o novo episódio de nossa inebriante novela em capítulos!


Capítulo 4

Uma limusine cravejada de diamantes da Estônia pára em frente ao Schopenhaus. Automaticamente um tapete vermelho se desenrola do automóvel em direção à porta do bar, e então abre-se a porta do carro: imediatamente ouve-se milhares de fãs gritarem o nome da maior garganta já nascida em território brasileiro. Então uma perna sai do carro, depois outra e o corpo que sustenta a voz de veludo está de pé, encarando a porta do Schopenhaus. A porta do carro fecha-se e a gritaria termina.

Cauby (olhando a porta do Schopenhaus pensativamente): Caralho, vai ser mais fácil do que eu pensava.

Corte para o interior do Schopenhaus.

Dr Epa (atarefadíssimo, andando de um lado para o outro): Vamos, seus mulambentos, rápido com isso que o homem já está chegando!
Nico, o porteiro: Seu dotô, como se escreve o sobrenome do cara?
Dr Epa: Com CH, seu pedaço de bosta!
Dona Gerda: Esse cantor fala inglês? Se falar, eu posso receber o cara...
Dr Epa: Que inglês que nada! Volta pra cozinha e capricha no Eisbein, sua safardana!
Antenor: Seu Epa, temos apenas 4 copos...
Dr Epa: Limpos?
Antenor: Não, inteiros...
Dr Epa: Eita!

Toc toc toc: estão batendo na porta.

Um frio percorre a espinha de todos.

Corte para Flashback

Cauby Peixoto está dentro de sua banheira feita de rútilo cristal Swarovsky fumê, com faiscantes lasers internos, tentando limpar a própria merda de entre seus dedos com um cotonete.

Cauby Peixoto (pensando): Malditos! Ninguém faz o maior cantor da terra passar por um desagrado desses! Quando eu chegar nessa biboca esse véio vai ver com quantos palcos se faz um Canecão! (gritando) Conceiçãaaaaaaaaaaaao! A toalha!
Conceição: Que cheiro é esse, senhor?
Cauby Peixoto (ignorando retumbantemente a empregada): Eles vão ver... (rindo assustadoramente) a técnica Santa Esmeralda nunca falha!

Volta pro momento atual.

Dr Epa: Vamo lá, cambada, o melhor sorriso do mundo que o hôme tá lá fora! Nico, abre a porta!
Antenor: Eita!

Cauby Peixoto adentra o Schopenhaus entre gritos esfuziantes. Por um laivo de instante até pensa em se arrepender de sua terrível empreitada, mas não! Hoje esse bar vai ver o que é um show fracassar! Eles me pagam! Nas faixas, recém pintadas, o ídolo lê: Bem-vindo, Calbí Pêichoto. Mal apagado com corretivo, lê-se Biafra.

Cauby Peixoto: Gregory, meus sais! Esses energúmenos não só escreveram meu nome errado, como ainda reaproveitaram a faixa!
Gregory: é uma infolênfia, fenhor!

Então Cauby ruma ameaçadoramente para os camarins, acompanhado por Epa.

Dona Gerda: Num tô gostando desse moço nos meus aposentos...
Nico, o porteiro: Putiz grila! Esqueci minha coleção de revistas Rudolf na sua cama!

Cauby: Esse lugar fede...
Dr. Epa: Nos sentimos honrados pela sua presença em nosso singelo bar, ó grande bardo da existência brasileira!
Cauby: Humpf! Deixe-me a sós! Preciso de concentração! Gregory, retire o gentleman, por favor.
Gregory (pegando o Dr. Epa pelo colarinho): Ferá um pfazer, fenhor.

Cauby se senta na cama e percebe as revistas de mulher pelada de Nico, o porteiro. Com asco, ele se levanta e tropeça em algo – que é Flávia, a inflável, a amante de plástico de Nico, o porteiro!

Emputecido, nosso astro resolve que é hora de começar o show. Ele sai do seu camarim e segue para o palco. Seu ódio é tanto que ele já começará a destroçar a noite de todos logo na primeira música!

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