14 de julho de 2006

É agora que a porca torce o rabo! Eita 3!!!

Do outro lado do bar, Salustião Porreirinha está debruçado sobre a mesa, escrevendo furiosamente em seu bloco de notas.

Salustião Porreirinha (falando alto, porém para si mesmo): É claro, afinal as constelações são desenhos oníricos representando a frustração do homem... daí não haver nenhuma constelação representando o porco, porque o porco é a suprema realização do homem enquanto predador! Vai daí que...
Cliente sentado perto de Salustião (gritando): Cala a boca, porra!!!!
Salustião Porreirinha: Hã? Quem, eu? Hmmmmmm... veja bem...
O cliente sentado perto de Salustião se levanta e dá uma porrada na cara do filósofo, que tromba com Peixoto, fazendo-o cair novamente.

Salustião Porreirinha (arrumando o cabelo): Ei, o que o senhor está fazendo aqui?
Peixoto: Estou defendendo minha honra, e a honra da mulher que eu amo!

Salustião Porreirinha olha para a mesa e vê Lena acariciando a mão de Giselda, a atuária. Ele então se levanta e pega o violão, chega perto da mesa e começa a cantar:

Salustião Porreirinha (cantando como Francisco Alves, violão no peito, olhinhos fechados, a cabeça inclinada e fazendo beicinho): Minha vida.... era um páaaaaaaaaaaaaaaalco ilumiiiiiiiiiiinado... E eu vestido de doirado.... palhaço das perdidas ilusões...

Lena e Giselda se entreolham, Peixoto começa a bater o pezinho.

Salustião Porreirinha (agora rodopiando ao redor da mesa): Cheio dos guizos falsos da alegria... Eu vivia cantando a minha fantasia... Entre as palmas febris dos corações...

Antenor começa a se lembrar dos velhos tempos de Exército e da primeira vez em que pôs as mãos nos peitos de D. Etelvina.

Salustião Porreirinha (dançando por todo o bar, cantando a plenos pulmões): Meu barracão... lá no morro do Sáaaaaaaaaaaaaaaaaalgueiiiiiiiiiiiiiiiiiiro... Tinha o cantar alegre de um viveiro... Foste a sonoridade que acabou....

Uma lágrima escorre do cliente que porrou o filósofo há pouco.

Salustião Porreirinha (de joelhos frente a Lena e Giselda): E hoooooooje quando do sol a claridade.... Forra meu barracão sinto saudade.... Da mulher... pomba rola que voou...

Lana: Rola????
Lina: Ai que calor!

Agora Stolichnikaya, Smirnoff e Baikal estão dançando completamente bêbadas ao redor de Salustião Porreirinha, que canta: Nossas rooooooupas comuns dependuradas..... Na corda qual bandeiras agitadas....... Parecia um estranho festivaaaaaaaaaaaaaaallllll...

As garçonetes russas, bêbadas e desinibidas começam a escorrer languidamente por entre as mesas, acariciando os fregueses em estranhos movimentos etílicos, aprendidos durante um estágio no bar Pravda, em Vladivostok.

Salustião Porreirinha (quase encostando seu rosto em Lena e Giselda): Tu pisavas nos astros distraída... A mostrar que a aventura desta vida...... É a cabrocha, o luar e o violão.......

Lena e Giselda (socando simultaneamente Salustião Porreirinha, que vai cair do outro lado do bar): CALA A BOCA, PORRA!!!!!!!
Antenor: Eita!

Nenhum comentário: